Capítulo 06 - A Cera

6.7K 535 296
                                    

Quartel do BOPE, Rio de Janeiro

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Quartel do BOPE,
Rio de Janeiro

O coronel olha para nós, visivelmente irritado.

— Certo, vamos dar uma pausa na operação — ele repete, esfregando a testa. — Soares, manda todo mundo dispersar. Quero todos fora do morro por enquanto. Temos que esfriar a situação.

— Mas, coronel... — começo a protestar, mas ele me interrompe com um olhar severo.

— Isso é uma ordem, Capitão! — ele diz, a voz firme. — Não estamos aqui para fazer espetáculo. Precisamos ser discretos. Vamos nos reorganizar e esperar a poeira baixar.

Soares acena com a cabeça e sai para cumprir a ordem.

Eu permaneço de pé, tentando conter a frustração. Estávamos tão perto de terminar o trabalho, mas agora tínhamos que recuar.

— Vamos lá, Silva — digo, finalmente, chamando meu companheiro. — Vamos avisar o resto da guarnição.

Descemos as escadas com um misto de raiva e resignação. A Operação Sonho do Papa estava temporariamente suspensa, mas sabíamos que não ia demorar até estarmos de volta.

Esse era o nosso trabalho, a nossa missão. E não íamos deixar ninguém nos parar, nem os vagabundos, nem as passeatas.

_ A operação está suspensa até segunda ordem. Mantenham-se prontos para qualquer eventualidade. - Digo - Vão para suas casas, não temos o que fazer por enquanto

Os soldados, embora relutantes, começam a se dispersar. Eu troco um olhar com Silva e Soares.

Sabíamos que essa pausa era apenas temporária. Logo estaríamos de volta ao morro, continuando a missão.

Entro no vestiário e começo a tirar a farda, sentindo o peso do dia finalmente se desprender de mim.

Coloco minha camisa preta e a calça jeans, a roupa civil que me lembra que ainda sou uma pessoa fora da farda.

Penso em buscar meu filho, mas me lembro que o pé no saco do Fraga mencionou que ia levar eles para não sei onde.

Deixo uma mensagem no telefone de Rafael, pedindo notícias.

— Vamos, capitão? — levanto o olhar e vejo Neto. — Beber um chopp.

— Hoje? — questiono, surpreso.

— Vamos, 01, vamos no bar de rock novo que abriu — Carlos intervém, vestindo a camisa. — Música boa, cerveja gelada e muita mulher.

— Vou passar dessa vez — respondo, ainda hesitante.

— Falei que ele não ia — Roger diz, rindo enquanto os soldados saem do vestiário.

Fico ali, coçando a cabeça, pensando. Uma cerveja não ia fazer mal. Talvez fosse bom sair um pouco, arejar a mente depois de tantas operações.

Lei do Amor | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora