Capítulo 22 - Manias

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Botafogo, Rio de JaneiroAlguns dias depois

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Botafogo, Rio de Janeiro
Alguns dias depois

Viro o rosto e encontro Beto, que está com a boina na mão, a expressão de surpresa misturada com leve preocupação.

Ele ainda está de farda, com o uniforme impecável, exceto pela boina que ele segura com firmeza. O cheiro familiar da lã e do suor misturados invade minhas narinas enquanto ele me observa com o cenho franzido.

— O que está fazendo? — ele pergunta, a voz carregada de um tom inquisitivo, enquanto seus olhos pretos encontram os meus com uma intensidade que parece vasculhar minhas intenções.

— Pegando minhas coisas. Tá tudo na sua casa — respondo, colocando mais uma blusa na bolsa com um gesto decidido. — Hoje de manhã fui procurar meu jaleco e adivinha? Estava aqui também.

Ele sorri, balançando a cabeça lentamente, o queixo ligeiramente levantado em um gesto de leve reprovação.

— Você passa mais tempo aqui mesmo. Deixa essas roupas aí, Diana — ele diz, enquanto desamarra as botas com movimentos precisos, um sinal do seu treinamento militar e disciplina inabalável.

— Daqui a pouco não vai ter espaço para você colocar as suas roupas — retruco, me sentando na beira da cama. O colchão afunda sob o meu peso, e eu sinto a textura do edredom macio e bem cuidado.

— Posso comprar um guarda-roupa novo — ele sugere, desabotoando a farda e revelando o uniforme por baixo, os músculos definidos do seu torso agora expostos, o suor ainda visível em sua pele clara. — Maior.

— Não precisa, meu amor — digo, caminhando até ele e pegando a boina da sua mão, o tecido ainda ligeiramente quente de onde ele a segurava.

Ele se deixa sentar na cama, e eu vejo o contorno dos seus músculos relaxando à medida que ele repousa.

— E como vai a história da adoção? — ele pergunta, o tom de interesse em sua voz revelando uma preocupação sincera.

— Bem, a advogada disse que vou poder voltar a vê-lo na semana que vem e que já vai entrar com o pedido de guarda provisória — respondo, um sorriso leve surgindo no canto dos meus lábios ao pensar na boa notícia.

— Que bom — ele diz, seus olhos brilhando com um misto de alívio e felicidade.

A atmosfera entre nós muda quando pego a farda que ele havia deixado no chão, a imagem de seu uniforme amassado e seu cheiro de trabalho intenso me envolvem. Levo a peça até o nariz, inalando seu aroma característico — uma mistura de sua colônia masculina e o cheiro do seu esforço diário.

— Você é muito bagunceiro para um militar — comento, um tom de brincadeira na voz, enquanto olho para ele com um sorriso afetuoso.

Ele ri suavemente, uma risada que reverbera pela cama e ilumina o ambiente, um lembrete de como, mesmo em meio ao caos, há uma conexão profunda e reconfortante entre nós.

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