Capítulo 36 - Pontos

3.5K 298 157
                                    

Hospital Afonso Pena, Rio de Janeiro

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Hospital Afonso Pena, Rio de Janeiro

— Roberto Nascimento! — digo, me aproximando de Beto enquanto ele cutuca irritado o acesso no braço. — Não pode ficar quieto só um pouco?

— Quando eu vou sair daqui? — ele pergunta, sua voz carregada de impaciência.

Já estamos no hospital há duas semanas. Decidimos transferi-lo para um local com melhores recursos, caso precisássemos de mais cuidados. A frustração dele é compreensível, mas a recuperação não é algo que possa ser apressado.

— Logo você vai receber alta, mas tem que ter paciência — digo, enquanto coloco minha bolsa na poltrona ao lado da cama.

Tento manter a calma e oferecer um sorriso reconfortante, apesar da preocupação constante.

— Como está o Rafa? — ele pergunta, se ajeitando na cama e tentando se tornar mais confortável.

— Está bem. Já o encaminhei a um amigo que é especialista em casos como o dele — respondo.  

Rafa não estava em um estado de vício, mas a falta de cuidados poderia ser perigosa. Rosane está cuidando dele, garantindo que não volte a usar drogas e oferecendo o suporte necessário para a recuperação. 

O que descobrimos foi que alguém da academia dele ofereceu, e com tanta coisa acontecendo na vida dele, desde a medida protetiva até a distância inesperada do Beto, ele acabou usando a droga como válvula de escape.

O incidente com Rafa foi causado pela mistura de cocaína com o medicamento para dor, o que resultou na overdose.

É um alívio saber que ele está agora sob a supervisão de um profissional especializado e que Rosane está fazendo o possível para manter a situação sob controle.

Beto tenta relaxar, mas a preocupação é evidente em seu rosto. 

— E quanto à situação com seu pai? — ele pergunta, seus olhos refletindo a ansiedade.

Suspiro, sabendo que a resposta não é simples. 

— Ainda estamos lidando com isso. Não é fácil, mas estamos tomando medidas para garantir nossa segurança e resolver tudo da melhor maneira possível, ele nunca mais vai chegar perto de nós

Beto fecha os olhos por um momento, claramente exausto e angustiado. Eu me sento ao seu lado, segurando sua mão com ternura.

— Só concentre-se em melhorar. Estamos passando por isso juntos.

A sensação de normalidade, mesmo que momentânea, é reconfortante. Enquanto continuo a cuidar dele, sinto uma esperança renovada de que, com paciência e apoio, as coisas irão melhorar para todos nós.

— Como foi a conversa com sua mãe? — Beto pergunta, seus olhos castanhos brilhando com expectativa e preocupação.

Respiro fundo antes de responder, tentando ordenar meus pensamentos. 

Lei do Amor | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora