Capítulo 32 - Morte

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Meia hora antes

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Meia hora antes

Olho o relógio na sala de emergência; já passa das duas da manhã. Estou exausta e preciso dormir um pouco.

Caminho pelo corredor, os passos ecoando no silêncio da noite. Ao passar por Henrique, aviso-o de que vou descansar um pouco.

— Vou dormir um pouco, Henrique — digo, tentando disfarçar o cansaço na voz.

Ele acena com a cabeça, compreensivo. Continuo meu caminho até o vestiário, buscando um momento de paz e descanso.

Quando estou quase lá, um garoto aparece à minha frente. Ele está pálido, os olhos arregalados de medo.

— Você é médica? — ele pergunta, a voz trêmula.

— Sou, sim — respondo, sentindo uma pontada de preocupação. — Precisa de ajuda?

— Preciso. E você vai vir comigo — ele diz, encostando uma arma na minha barriga.

Meu coração dispara. A pressão fria da arma contra minha pele me faz congelar. Tento manter a calma, respirando fundo.

— Ok, tudo bem. Vamos com calma — digo, tentando manter a voz firme e tranquila. — Para onde quer me levar?

Ele me puxa pelo braço, e sinto a arma pressionar mais forte. Caminhamos rapidamente pelo corredor, minhas pernas trêmulas, mas forçando-me a seguir em frente.

— O que está acontecendo? — pergunto, tentando entender a situação.

— K7 foi baleado. Ele mandou chamar a senhora — o menino diz, a voz urgente.

Ele me empurra em direção a um carro estacionado, e em seguida, saímos em disparada pelas vielas escuras do morro. O carro corre por ruas estreitas e esburacadas, forçando-me a me segurar no banco para não ser jogada de um lado para o outro com os solavancos.

Finalmente, chegamos a uma casa precária. Sou empurrada para fora do carro e conduzida com pressa até a entrada, onde homens armados me observam com olhares desconfiados. Passo pela porta estreita, sentindo a tensão no ar.

— Vai, caralho — o menino me empurra novamente, me forçando a entrar na casa.

Ouço uma tosse vindo de um dos quartos. Sigo o som, meu coração batendo forte, e entro em um quarto pequeno e mal iluminado. Lá, encontro um homem gemendo de dor, deitado em um colchão velho. Sangue mancha o chão e as roupas dele, uma visão horrível.

— Vai, doutora — sinto a pressão fria de uma arma contra minhas costas, empurrando-me para frente.

Aproximo-me do homem ferido, Kaio, o dono do morro,, que está tentando estancar o sangramento com uma camiseta suja.  

— O que aconteceu exatamente? — pergunto, tentando manter a calma enquanto avalio a situação.

— Tiroteio. Ele levou um tiro na barriga — O garoto responde, sua voz grave e cheia de preocupação.

Lei do Amor | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora