Bato a porta do carro com força, sentindo a raiva explodir por todo o meu corpo enquanto caminho apressada pela rua. Meus passos ecoam no asfalto, refletindo minha fúria. Entro no prédio onde fica o gabinete de meu pai e corro pelas escadas de ferro, cada degrau aumentando minha agitação.A recepcionista me olha surpresa ao chegar no andar certo.
— Bom dia, posso ajudá-la? — ela pergunta, franzindo o cenho.
Seu olhar confuso e desconfiado é compreensível; eu quase nunca visito o gabinete do meu pai, e a mancha de sangue na minha roupa não deve ajudar.
— Quero falar com meu pai — digo, nervosa, sem me preocupar em esconder minha inquietação. — Ele está aí?
— Ele está em reunião com o doutor Fraga... Ei, você não pode entrar!— a voz dela se torna mais urgente quando passo direto por ela.
Ignoro suas palavras e sigo em frente pelo corredor, com o coração acelerado. Chego às portas duplas que dão acesso ao escritório de meu pai e, sem hesitar, abro-as, determinada a confrontá-lo. Meu pai se levanta rapidamente ao me ver
— Diana? O que é isso? — ele pergunta, claramente alarmado.
— Eu disse que ela não podia entrar... — começa a secretária, mas meu pai levanta a mão, silenciando-a.
Ela sai da sala, deixando-nos a sós com o doutor Fraga, que também se levanta, preocupado.
— Você está machucada? Que sangue é esse? — Fraga pergunta, a tensão evidente em sua voz.
Respiro fundo, sentindo a dor e a confusão se misturarem.
— Esse sangue é do homem que eu amo — Fraga empalidece visivelmente. — Beto foi baleado.
— Ele está bem? — Fraga pergunta, puxando o celular do bolso com mãos trêmulas. — Rosane me ligou...
— Diana, o que aconteceu? - Antes que ele possa fazer qualquer coisa, meu pai me encara com uma expressão severa.
As palavras saem atropeladas, carregadas de emoção.
— Eu fui sequestrada. Fui forçada a operar um homem na casa dele. A essa altura, só Deus sabe se eu estaria viva... Só estou aqui porque o Beto me salvou! — Minhas palavras vacilam, e meus olhos se enchem de lágrimas. — Como você pôde se envolver com o Fábio para chegar a esse ponto?
Meu pai me encara com frieza, suas palavras cuidadosamente medidas.
— Não sei do que você está falando. — Ele se senta, tentando manter a compostura.
Eu quase não consigo acreditar no que estou ouvindo.
— Não sabe? Como pode ter denunciado a ONG? Como pode ter me colocado em risco desse jeito? — Minha voz treme de incredulidade e dor. — Como você pôde fazer isso?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Lei do Amor | Capitão Nascimento
RandomRoberto Nascimento é um capitão do BOPE, um homem cuja vida foi consumida pela carreira militar. Sua dedicação ao trabalho o levou a sacrificar não apenas seu casamento, mas também a convivência com seu filho. Esse sacrifício constante o tornou um h...