Capítulo 04 - Ética

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Clinica Liberte-se

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Clinica Liberte-se

Suspirei, olhando para a sala vazia. Ele não veio de novo... Eu queria tanto conversar com ele, ouvir suas histórias sobre o filho.

Sentir seu cheiro quente, ver a maneira como ele sorria sem perceber toda vez que mencionava o nome do menino.

Mas já era a terceira semana consecutiva que ele não aparecia no consultório.

Talvez ele tenha desistido, ou talvez Lídia tenha decidido transferi-lo para outro profissional.

Mordi o lábio, perdida nesses pensamentos, quando acenei para Carla, minha última paciente do dia.

— Bom descanso, meninas — Lídia disse ao passar por nós, sua voz carregada de cansaço.

— Pode ir também, Isa. Eu fecho tudo — falei à recepcionista, que assentiu com um leve sorriso de alívio.

Entrei novamente na minha sala, organizando alguns documentos em uma pilha ordenada e desligando meu laptop.

Peguei meu jaleco pendurado na cadeira, sentindo o peso do dia nas costas, e saí da sala, fechando a porta atrás de mim e apagando as luzes.

Caminhei em direção ao alarme, ligando-o com um toque familiar, e segui para as escadas.

Ao contrário de casa, onde as escadas subiam, aqui eu tinha que descer quase cinco lances até o hall de entrada.

Cada passo parecia ecoar no prédio silencioso, minhas mãos deslizando pelo corrimão frio.

A rotina era a mesma, mas aquela sensação de incompletude pesava mais a cada dia sem sua presença.

Finalmente cheguei ao térreo, o hall de entrada vazio e quieto.

Saí do prédio, sentindo o ar fresco da noite me envolver.

Fechei a porta atrás de mim, a sensação de melancolia ainda presente, enquanto caminhava lentamente em direção ao meu carro, pensando em como seria ouvir novamente a voz de Roberto falando sobre o filho.

— Doutora Diana... — a voz rouca me fez parar na calçada.

Ele estava lá, vestindo uma calça jeans e uma blusa preta.

As olheiras eram perceptíveis, e ele colocou uma mão no bolso, sorrindo minimamente.

— Roberto... — Olhei para o relógio. Já havia passado uma hora do horário de sua consulta. — A Dra. Lídia já foi...

Lei do Amor | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora