BR - 101, caminho para Búzios
Suspiro, abaixando o volume do rádio do carro. Beto continuava a falar sobre a adoção de Jorge, insistindo que eu deveria adotar o menino.
Eu queria, mas... eu já tinha muita responsabilidade com o hospital.
— Só que adotar uma criança não é tão simples, Beto — digo, observando-o revirar os olhos.
— Diana, você é médica, tem uma boa família, não vai ser difícil adotar o menino — ele responde, e parte de mim sabia que ele estava certo.
Solto mais um suspiro, meus olhos fixos na estrada, avistando a placa que indicava que estávamos próximos de Búzios.
— Tá legal, podemos falar disso depois do fim de semana? — peço, tentando desviar a conversa.
— Podemos — ele concorda finalmente, dando uma pausa nas suas argumentações.
Estávamos a caminho da casa dos meus pais em Búzios. Chegou o tão esperado dia do aniversário da minha mãe, e ela tinha me avisado que, se eu não fosse, arrancaria minhas orelhas.
O céu estava claro, e o sol começava a descer no horizonte, tingindo tudo com um tom dourado. A brisa do mar entrava pelas janelas do carro, trazendo consigo o cheiro salgado e a promessa de um fim de semana tranquilo.
Mas minha mente ainda estava agitada com as responsabilidades e decisões que me aguardavam.
Ao entrar na cidade, as ruas estreitas e charmosas de Búzios começaram a se desenrolar à nossa frente, repletas de casinhas coloridas e turistas caminhando despreocupados. Estacionei o carro em frente à casa dos meus pais, uma construção elegante e imponente.
A casa dos meus pais era um verdadeiro refúgio de luxo. Com uma fachada branca impecável e janelas amplas de vidro, a mansão tinha um design moderno e sofisticado.
O jardim, meticulosamente cuidado, exibia uma variedade de flores coloridas e esculturas discretas, enquanto uma fonte de mármore no centro acrescentava um toque de elegância.
Os portões de ferro forjado se abriram automaticamente quando nos aproximamos, revelando uma longa entrada ladeada por palmeiras perfeitamente alinhadas. O aroma das flores e a brisa marítima criavam uma atmosfera acolhedora e serena.
— Vamos, antes que ela cumpra a ameaça — digo a Beto, tentando esboçar um sorriso enquanto saímos do carro.
Beto riu, balançando a cabeça, e juntos nos dirigimos para a porta de entrada, adornada com detalhes em ouro e um grande lustre de cristal.
Passo pela porta de casa, pegando a mão de Beto. Ele estava um pouco nervoso, afinal, conheceria meus pais pela primeira vez.
Estávamos em um relacionamento, ou pelo menos eu acreditava que estávamos.
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Lei do Amor | Capitão Nascimento
RandomRoberto Nascimento é um capitão do BOPE, um homem cuja vida foi consumida pela carreira militar. Sua dedicação ao trabalho o levou a sacrificar não apenas seu casamento, mas também a convivência com seu filho. Esse sacrifício constante o tornou um h...