Capítulo 28 - Ordens

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Méier, Rio De Janeiro

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Méier, Rio De Janeiro

Suspiro, fechando a última caixa com um gesto de cansaço e um toque de melancolia. Olho em volta, observando a casa vazia, e sinto um nó na garganta.

Esta foi a minha casa desde o dia em que entrei na faculdade, um espaço que carrega memórias de muitas fases da minha vida. Agora, deixar este lugar familiar e acolhedor para trás parece assustador, uma mudança monumental que me faz questionar o futuro.

Pego a caixa final e saio de casa, trancando a porta com um clique que ressoa de forma inesperadamente definitiva. Desço pela última vez as escadas do meu residencial, cada degrau um lembrete da transição que estou prestes a enfrentar.

Na garagem, vejo Beto trabalhando com eficiência para arrumar as coisas no carro. Seu sorriso é um farol de apoio e conforto no meio dessa mudança. Entrego-lhe a caixa, e ele a coloca no porta-malas com um gesto cuidadoso e prático.

— Acabou — digo, minha voz carregada de uma mistura de alívio e tristeza.

— Vai alugar o apartamento? — ele pergunta, fechando o porta-malas com um clique firme.

— Vou sim, a imobiliária já está cuidando de tudo — respondo, tentando manter a calma e a confiança. 

Beto acena com a cabeça em concordância, e nós seguimos para a viagem, o carro carregado e pronto para a nova etapa.

Estou adiando o momento de levar minhas coisas para a casa do capitão há uma semana. Beto pediu um fim de semana de folga para ajudar com a mudança, e eu quase surtei ao chegar do plantão e ver minhas roupas todas em sacos plásticos, uma cena que parecia um eco das minhas próprias preocupações e incertezas.

Enquanto dirigimos, olho pela janela e vejo as ruas se transformando, refletindo a mudança iminente em minha vida. Beto, ao meu lado, é um constante apoio, e sua presença ao meu lado faz com que a transição pareça um pouco menos assustadora.

— A advogada já deu entrada no pedido de retirada da medida protetiva — diz Beto, seu tom resoluto quebrando o silêncio enquanto dirige.

— Vai dar tudo certo, meu amor — digo, tentando infundir uma sensação de esperança na situação.

Abracei sua mão com um gesto reconfortante, o calor do toque trazendo uma sensação de segurança.

A lembrança do recente caos ainda está fresca na minha mente. Rafa surtou quando descobriu sobre a medida protetiva que a mãe dele havia solicitado. O menino fugiu de casa e acabou indo parar na casa do Beto. 

Foi uma situação delicada, e só não se transformou em algo ainda mais grave porque consegui convencê-lo a voltar para a casa da mãe. A situação de Rafa tem sido um peso constante em nossas vidas, e lidar com a resistência de Fraga e Rosane sobre a questão de manter Rafa longe do Beto tem sido extremamente estressante para ele.

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