Epílogo - Completa

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Dois anos depois, Rio de Janeiro

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Dois anos depois, Rio de Janeiro

Corro pelas arquibancadas e encontro Beto, que está orientando Jorge, que parece um pouco nervoso.

— Oi, desculpa o atraso — digo, inclinando-me para beijar o rosto de Jorge, que sorri timidamente.

— Quase perdeu minha luta, mãe — ele reclama, com uma pitada de indignação no tom.

— Agora não, Jorge, foco e concentração — Beto diz, ajustando a postura do menino e fazendo com que ele se concentre no pai. — Você entendeu o que eu disse? Segura ele firme. Vai lá.

_ Pai, calma... vai infartar desse jeito - ele se vira caminhando

_ Eu te amo, filho - digo sorrindo

_ Amo vocês - ele diz antes de entrar no tatame

Jorge, com seus 11 anos e suas tranças recém-feitas, se dirige ao tatame com determinação. O visual novo, com as tranças, era encantador e deixou-me toda boba quando Beto decidiu levá-lo para fazer. Era um sinal de como ele estava crescendo e se tornando um jovem confiante.

— E meu beijo? — Beto pede com um sorriso, e eu não resisto. Dou-lhe um beijo suave nos lábios, o gesto simples mas carregado de afeto.

— Tudo bem na clínica? — ele pergunta, ainda estou focada no tatame onde Jorge já se prepara para sua luta.

— Tudo certo, só um paciente de emergência — respondo com um tom tranquilo.

Volto minha atenção para o tatame, meu coração acelerado à medida que o juiz dá início à luta. Um silêncio profundo preenche o ambiente, apenas quebrado pelo som dos corpos se movendo no tatame.

Jorge, com uma concentração impressionante, consegue imobilizar seu adversário, sua técnica e força evidentes em cada movimento.

— Oi, pai! Didi! — Rafa diz, sentando-se atrás de nós, com um sorriso amigável.

— Oi, amor — respondo, abrindo um sorriso caloroso para ele, me inclinando para beijar seu rosto - Como está, filho?

_ Bem, só um pouco cansado.

_ E aí filhão? - Beto sorri para ele.

Rafa se parece cada vez mais com Beto, especialmente com o corte de cabelo curto, resultado de seu alistamento no exército. Lembro de como Beto ficou irritado quando Rafa expressou o desejo de servir, falou um bolão pro menino, mas agradeço a Deus que Rafa decidiu seguir a carreira na medicina.

Enquanto o combate continua, meu olhar alterna entre o tatame e os rostos ao meu redor, sentindo uma mistura de orgulho e amor por minha família.

Beto se levanta para orientar Jorge, e o brilho do anel dourado em seu dedo captura meu olhar. Em breve, comemoraremos três anos de casados, e eu agora sou oficialmente Diana Nascimento.

Beto, que foi promovido a Coronel no BOPE, trouxe um alívio significativo para nossa família. Ele não precisa mais subir o morro para trabalhar, o que diminuiu o risco que enfrentava diariamente. No entanto, com tanta energia acumulada, a nossa vida sexual se tornou um desafio.

Já não aguentava mais olhar para o pau do homem, que não podia me ver e já ia ganhando vida

Tive que incentivá-lo a retomar os treinos de luta para aliviar a tensão, o que ajudou a equilibrar as coisas de uma maneira positiva para ambos.

Ele melhorou na questão raiva e estresse, com o tempo parou de ir na Psiquiatra e foi pra a Psicóloga, agora está somente na terapeuta, indo duas vezes no mês.

Neste ano, nossa vida também teve grandes reviravoltas: meu pai foi preso no início do ano por roubo nas verbas de segurança, e Fraga foi eleito governador. Isso fez com que ele e Rosane se mudassem para Brasília, o que acabou levando Rafa a morar oficialmente conosco.

Dou um pulo quando vejo Jorge ser jogado no chão durante a luta, e Rafa ri atrás de mim, claramente divertido com a cena.

— Calma, Didi — ele diz, tentando me tranquilizar, colocando a mão em meu ombro

— Isso não é falta? — pergunto, a preocupação evidente na minha voz.

— Não, ele está indo bem — Rafa responde, observando com um olhar encorajador.

Enquanto o combate continua, sinto um misto de nervosismo e orgulho, acompanhando cada movimento com atenção. A vida tem sido uma montanha-russa, mas, apesar dos desafios, estamos conseguindo encontrar nosso equilíbrio e continuar crescendo juntos.

_ Isso! Vai Jorge, segura ele filho – Beto grita – Segura, caralho

Me levanto olhando o tatame, o Juiz interrompe a luta, segura a mão de meu filho a levantando.

Beto entra correndo no tatame, pegando Jorge no colo e comemorando, vejo Rafa ir atras, eles seguram Jorge comemorando sua vitória, e eu sorrio batendo palmas.

Não sinto mais vazio dentro de mim, muito pelo contrario, ele foi preenchido pelos homens da minha vida.

Rafa, havia se tornado meu filho também, por algum motivo esse menino era a pequena peça que faltava no meu coração.

Jorge, era a parte que faltava dentro de mim, me tornando completa.

Beto, era o amor da minha vida, completava minha alma

_ Eu te amo – sussurro para o meu eterno capitão que sorri

_ Eu amo mais, doutora – ele diz sorrindo.

Completa, eu estava completa.

FIM

Lei do Amor | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora