Capitulo 07 - Vermelho

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Botafogo, Rio de Janeiro

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Botafogo, Rio de Janeiro

— Caralho — resmunguei, desligando o fogo ao ver que a cebola havia queimado.

Já tinha cozinhado aquele prato um milhão de vezes. Era o favorito de Rafael, então por que diabos estava queimando tudo hoje?

Joguei a panela na pia com frustração e peguei outra, começando o processo novamente, dessa vez com mais atenção. Quando finalmente consegui preparar a carne, coloquei-a no forno para não esfriar.

O relógio no meu pulso marcava 19:30. Ela chegaria por volta das 20:00. Suspirei e corri para o banho, tentando acalmar meus ânimos.

Passaríamos muitas horas juntos e eu não podia parecer um maníaco tarado pela mulher.

Depois de terminar o banho, passei mais uma vez o pano no banheiro, querendo que tudo estivesse impecável.

Não trazia mulheres para casa; minha casa era um santuário meu e do meu filho. Quando ficava com alguém, sempre as levava a motéis ou às suas casas.

Mas com Diana era diferente. Eu a queria aqui, queria que ela visse esse lugar.

Vesti uma calça preta e passei o cinto pela cintura, abotoei a camisa preta, colocando-a por dentro da calça.

Passei as mãos pelo cabelo, tirando o excesso de água, e me olhei no espelho para conferir se estava tudo certo. Ajeitei o colarinho e respirei fundo, tentando me acalmar.

A casa estava silenciosa, o aroma da comida no forno começava a preencher o ambiente. Olhei ao redor, certificando-me de que tudo estava no lugar.

A mesa estava posta com pratos de porcelana branca, talheres alinhados e copos de cristal brilhando à luz suave das velas.

Coloquei uma música baixa para tocar, um MPB tranquilo que ecoava pela casa, deixando-a mais acolhedora.

Olhei novamente para o relógio. Faltavam poucos minutos para as oito. Sentia um misto de nervosismo e antecipação. Diana era especial, e eu queria que esta noite fosse perfeita.

Sentei-me no sofá, esperando. Minutos se passaram e nada. Certifiquei-me de que a carne estava boa e ajeitei mais uma vez os talheres e taças.

Foi quando finalmente o interfone tocou.

— Alô — disse, um pouco nervoso.

Seu Pedro avisou que ela havia chegado. Permiti sua entrada e corri para o banheiro, passei um perfume e tranquei o quarto de Rafael.

Suspirei, caminhando para a sala, esperando que ela tocasse a campainha. Mais uma vez, os minutos se passaram e nada dela.

— Porra, que demora — murmurei para mim mesmo.

Coloquei a mão na maçaneta da porta, pronto para abri-la, mas então a campainha tocou. Abri a porta com rapidez e a encontrei.

Ela estava deslumbrante.

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