Botafogo, Rio de Janeiro
— Caralho — resmunguei, desligando o fogo ao ver que a cebola havia queimado.
Já tinha cozinhado aquele prato um milhão de vezes. Era o favorito de Rafael, então por que diabos estava queimando tudo hoje?
Joguei a panela na pia com frustração e peguei outra, começando o processo novamente, dessa vez com mais atenção. Quando finalmente consegui preparar a carne, coloquei-a no forno para não esfriar.
O relógio no meu pulso marcava 19:30. Ela chegaria por volta das 20:00. Suspirei e corri para o banho, tentando acalmar meus ânimos.
Passaríamos muitas horas juntos e eu não podia parecer um maníaco tarado pela mulher.
Depois de terminar o banho, passei mais uma vez o pano no banheiro, querendo que tudo estivesse impecável.
Não trazia mulheres para casa; minha casa era um santuário meu e do meu filho. Quando ficava com alguém, sempre as levava a motéis ou às suas casas.
Mas com Diana era diferente. Eu a queria aqui, queria que ela visse esse lugar.
Vesti uma calça preta e passei o cinto pela cintura, abotoei a camisa preta, colocando-a por dentro da calça.
Passei as mãos pelo cabelo, tirando o excesso de água, e me olhei no espelho para conferir se estava tudo certo. Ajeitei o colarinho e respirei fundo, tentando me acalmar.
A casa estava silenciosa, o aroma da comida no forno começava a preencher o ambiente. Olhei ao redor, certificando-me de que tudo estava no lugar.
A mesa estava posta com pratos de porcelana branca, talheres alinhados e copos de cristal brilhando à luz suave das velas.
Coloquei uma música baixa para tocar, um MPB tranquilo que ecoava pela casa, deixando-a mais acolhedora.
Olhei novamente para o relógio. Faltavam poucos minutos para as oito. Sentia um misto de nervosismo e antecipação. Diana era especial, e eu queria que esta noite fosse perfeita.
Sentei-me no sofá, esperando. Minutos se passaram e nada. Certifiquei-me de que a carne estava boa e ajeitei mais uma vez os talheres e taças.
Foi quando finalmente o interfone tocou.
— Alô — disse, um pouco nervoso.
Seu Pedro avisou que ela havia chegado. Permiti sua entrada e corri para o banheiro, passei um perfume e tranquei o quarto de Rafael.
Suspirei, caminhando para a sala, esperando que ela tocasse a campainha. Mais uma vez, os minutos se passaram e nada dela.
— Porra, que demora — murmurei para mim mesmo.
Coloquei a mão na maçaneta da porta, pronto para abri-la, mas então a campainha tocou. Abri a porta com rapidez e a encontrei.
Ela estava deslumbrante.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Lei do Amor | Capitão Nascimento
RandomRoberto Nascimento é um capitão do BOPE, um homem cuja vida foi consumida pela carreira militar. Sua dedicação ao trabalho o levou a sacrificar não apenas seu casamento, mas também a convivência com seu filho. Esse sacrifício constante o tornou um h...