Capítulo 30 - Rafa

3.4K 301 133
                                    

Hospital São Jorge, Morro dos prazeres

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Hospital São Jorge, Morro dos prazeres

— Diana, não pode fazer isso — Fábio disse, sua voz carregada de desespero e frustração.

— Minha decisão já está tomada, Fábio. Vou ficar somente mais um mês no hospital. Você tem esse período para encontrar um substituto — eu respondi com firmeza, minha voz marcada por uma mistura de determinação e tristeza.

Ele balançou a cabeça, como se tentando negar a realidade diante de seus olhos.

— Esse cara está fazendo lavagem cerebral em você — ele retrucou, um tom de acusação na voz.

— Não, ele não fez nada disso... Estou saindo por conta própria — eu disse, me levantando com uma sensação de decisão irredutível. — Ache outro médico, Fábio.

Caminhei para fora da sala dele, a determinação guiando cada passo. A decisão de deixar o hospital havia sido firme e clara desde o momento em que decidi adotar Jorge. Era impossível continuar com a rotina extenuante de plantões de quase 32 horas seguidas e ao mesmo tempo estar presente para uma criança.

Quando a advogada confirmou que a guarda provisória estava prestes a ser concedida, uma onda de felicidade me envolveu. A emoção era tão intensa que eu ainda não havia encontrado o momento certo para compartilhar a notícia com Beto. A ansiedade e a expectativa tornaram-se palpáveis, e eu sabia que essa mudança de vida, embora difícil, era o melhor para todos nós.

Olhei para o relógio e percebi que já passava das quatro da tarde. Um bocejo involuntário escapuliu enquanto eu passava pela emergência, dando uma última conferida para garantir que tudo estava em ordem. Hoje, o setor estava surpreendentemente tranquilo; não havia casos urgentes no horizonte.

Restavam apenas quatro horas para o término do meu plantão, e eu estava ansiosa para uma breve pausa. Caminhei até o vestiário, onde planejava aproveitar uma soneca de meia hora antes da troca de turno dos enfermeiros.

Deitei-me em uma das beliches, uma sensação de alívio me envolvendo à medida que o cansaço acumulado começava a ceder. Antes de fechar os olhos, peguei meu celular e conferi as mensagens. Beto não havia dado notícias nas últimas horas, mas eu não me preocupava. Sabia que ele estava bem, já que era o primeiro fim de semana dele e do Rafa desde que o juiz revogou a medida protetiva.

Nos últimos dias, Beto tinha mostrado uma melhora significativa. Ele havia voltado a frequentar a psiquiatra regularmente e, mais importante ainda, parou de se auto medicar. Essa mudança positiva no seu tratamento era um alívio imenso para mim, e eu esperava que esse tempo juntos fosse um passo crucial para uma recuperação ainda mais sólida.

Fechei os olhos e deixei a escuridão envolver-me, imergindo em um sono quase profundo.

— Doutora Diana... Doutora — ouvi Henrique chamar, sua voz penetrando o véu do sono.

Lei do Amor | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora