Capítulo 13 - Queimado

5.9K 445 272
                                    

Hospital São Jorge, morro dos Prazeres

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Hospital São Jorge, morro dos Prazeres

Você é a cachorra mais burra desse Rio de Janeiro.

As palavras ditas por ele, ou melhor, cuspidas, rodavam na minha cabeça. Ele me tratou com tanto desprezo, mas, ao mesmo tempo, sua voz carregava uma urgência para que eu saísse do hospital.

Havia algo mais profundo em suas palavras. Por trás do veneno e da raiva, havia medo. Medo de me perder.

Não conseguia entender o desespero dele por mim, assim como não conseguia compreender o meu desespero por ele. O tumulto das emoções conflitantes me deixava confusa.

O tumulto interno continuava a me perturbar, uma tempestade de sentimentos conflitantes que eu não conseguia apaziguar.

A exaustão mental e emocional estava me consumindo, e os pensamentos sobre ele não ajudavam.

Cada palavra cruel que ele havia dito rodava em minha mente, mas também havia aquele medo subjacente, aquele pavor de me perder.

Suspirei, sentindo a tensão nos meus ombros. Passar as mãos pelo cabelo era um gesto automático, quase desesperado, de quem tenta se recompor.

_Licença, Doutora Diana – a voz de Rosa me trouxe de volta ao presente. Ela estava à porta do meu consultório, segurando um buquê.

Levantei-me e caminhei até ela. Os girassóis de amarelo vivo destacavam-se entre as rosas brancas, criando um contraste bonito e vibrante.

Sorri ao sentir o aroma suave das flores, uma pequena pausa de beleza no caos do dia.

Puxei o cartão, vendo a letra masculina. O recado era simples, mas meu coração se derreteu ao ler a frase.

Para Diana, com carinho. Beto.

_Alguém está apaixonado – Rosa comentou, um sorriso divertido nos lábios.

_Ou alguém está com remorso - respondi, tentando esconder o sorriso que ameaçava aparecer. Rosa riu.

_Não acho que seja remorso... – ela disse, colocando um vaso sobre minha mesa – Trouxe para a senhora colocar elas.

_Obrigada – disse, apreciando sua consideração enquanto ela saía do meu consultório.

Ajeitei as flores no vaso, inalando o aroma fresco mais uma vez. Um sorriso bobo se formou no meu rosto, algo que eu não conseguia evitar.

Maldito capitão que invadiu minha vida. Ele tinha uma habilidade única de me desestabilizar, de me fazer sentir uma montanha-russa de emoções.

Apesar da confusão e das palavras duras, havia algo nele que me atraía irresistivelmente, algo que fazia com que eu quisesse continuar tentando, mesmo que isso significasse enfrentar mais dor e incerteza

Lei do Amor | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora