Capítulo 17 - (A)Mar

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Fecho o botão da saia com um olhar atento no pequeno espelho de Beto

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Fecho o botão da saia com um olhar atento no pequeno espelho de Beto. Puxo minha ecobag, vestindo meus chinelos enquanto dou uma última conferida no espelho para verificar se há alguma marca evidente da noite passada. 

Meus olhos percorrem cada detalhe, procurando sinais indesejados, e, ao não encontrar nenhum, solto um suspiro de satisfação.

Caminho em direção à sala, onde Beto e Rafa já me aguardam. Beto franze o cenho ao me ver, um olhar curioso e divertido estampado no rosto.

— Essa saia saiu a metade do valor? — ele pergunta, piscando para mim. — Só tem metade do pano.

Franzo o cenho em resposta, mas não consigo conter o riso diante da piadinha dele. A sensação de leveza e humor é um alívio após a noite agitada.

— Dormiu com o Cirque du Soleil? — pergunto, aproximando-me deles

— Não, dormi com a palhaça mesmo— ele responde, descontraído, com um tom de brincadeira na voz.

Sua atitude despreocupada e a leveza da conversa contrastam com o resto da manhã, trazendo um sorriso ao meu rosto enquanto me junto a eles.

_ Vamos logo – Rafa diz.

Caminhamos para fora do apartamento, descendo as escadas. Rafa optou pelo elevador, enquanto Beto segurava minha mão firme, mas gentil, enquanto descíamos juntos.

A cada degrau, sentia o frio do metal da escada contra o meu toque, e o eco dos nossos passos preenchia o espaço silencioso do prédio.

Quando chegamos ao térreo, expliquei a Beto onde ficava o abrigo onde Jorge estava. Seu olhar, embora curioso, permaneceu em silêncio, absorvendo a importância que eu parecia atribuir ao menino. 

O olhar dele, um misto de interesse e respeito, não fez perguntas, mas parecia querer entender a conexão entre mim e Jorge.

Beto dirigiu com calma até o abrigo, sua presença serena transmitindo uma sensação de segurança. Estacionou o carro em frente à porta do orfanato e, antes que eu pudesse abrir a porta, ele me disse:

— Vou ficar por aqui. — O tom era tranquilo, mas havia uma nota de expectativa em sua voz.

Desci do carro, sentindo o ar fresco da manhã e o som distante das crianças brincando no pátio. O prédio do orfanato parecia quase imóvel, em contraste com a alegria vibrante do lado de fora.

Ao entrar, a sensação de acolhimento envolvia cada passo que eu dava pelos corredores. O cheiro de limpeza e o murmurinho das atividades infantis criavam uma atmosfera de paz.

Quando passei pela porta principal, o brilho do sol filtrado pelas janelas fez com que o ambiente parecesse ainda mais acolhedor.

— Bom dia, Diana! — Soraia, a madre regente, saudou-me com um sorriso caloroso. Seus olhos refletiam um genuíno interesse e carinho.

Lei do Amor | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora