Capítulo 19 - Saco

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Passo por Neto, dando-lhe dois tapinhas no braço

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Passo por Neto, dando-lhe dois tapinhas no braço. Ele estava como um cão de guarda na porta, intervindo a passagem de qualquer um que tentasse se aproximar do vestiário.

— Tudo bem, capitão? — ele pergunta, e eu aceno com a cabeça em resposta.

— Matias desça com o vagabundo pra DP. O resto vamos pro Turano — digo aos homens, que concordam com um aceno firme.

Entramos nas viaturas, e o sol começa a se pôr no horizonte, tingindo o céu de laranja e vermelho.

Ainda posso sentir a presença de Diana em mim, a lembrança dela do jeito que estava me acompanha. Sua revelação me atingiu como um soco no estômago.

"Eu não posso engravidar."

Não estava nos meus planos ter mais filhos, mas a sinceridade daquela confissão me disse muito sobre o carinho dela pelo menino do orfanato. Diana não podia engravidar, mas ainda assim, desejava ser mãe.

O motor das viaturas ronca enquanto saímos do local, e a estrada à nossa frente se torna um caminho de pensamentos turbulentos.

Eu me vejo lembrando de todos os momentos que passamos juntos, e como ela sempre teve uma afeição especial pelas crianças. Agora tudo fazia sentido. O carinho e a dedicação que ela tinha pelo garoto do orfanato não era apenas altruísmo. Era a manifestação de um desejo profundo e doloroso.

Meu coração pesa com essa nova compreensão. Saber da sua luta silenciosa me deixa ainda mais determinado a protegê-la e apoiá-la.

Ela merece tudo, e eu estaria ao seu lado, independentemente das adversidades.

Enquanto a cidade passa pelas janelas, com luzes piscando e sombras se alongando, eu faço um juramento silencioso. Vou encontrar uma maneira de ajudar Diana a realizar seu sonho. Ela me deu tanto, e agora é a minha vez de retribuir.

Deixamos a viatura em um beco seguro ao pé do Turano. Começamos a subir o morro por um caminho mais seguro e vazio, nos movendo com cuidado para evitar chamar atenção.

Ao chegar a um ponto estratégico, nos escondemos entre a vegetação densa, aguardando a lua subir para dar continuidade à operação.

Vejo os homens se organizando, cada um atento aos seus arredores. Aproximo-me de Neto e Roger, que observam a favela com olhares sérios e concentrados.

Meu celular vibra no bolso, interrompendo o silêncio tenso. Puxo o aparelho e vejo uma mensagem de Diana.

Doutora:
Cheguei na sua casa...

Me:
Descansa, não me espera acordada.

Suspiro, guardando o celular e voltando minha atenção aos soldados, que agora me encaram com sorrisos maliciosos.

Lei do Amor | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora