Capítulo 33 - Psiquiatra

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_ Fica acordado, meu amor – imploro segurando o rosto de Beto, sentindo o desespero crescer

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_ Fica acordado, meu amor – imploro segurando o rosto de Beto, sentindo o desespero crescer. – Vai logo, Neto, mas que merda.

O caveira, dirigia a viatura com a máxima velocidade pelas estreitas e escuras ruas da favela. Cada solavanco da viatura fazia meu corpo pular levemente, intensificando a ansiedade que corroía meu peito.

As luzes piscavam freneticamente, refletindo nas paredes dos becos, enquanto o som da sirene ecoava pelas vielas.

Finalmente, chegamos ao hospital, e Neto não hesitou em buzinar o mais alto possível para chamar a atenção.

Desci do carro rapidamente, sentindo a adrenalina correr pelas veias. Henrique, se aproximou correndo com uma maca. Juntos, com a ajuda de Neto, conseguimos colocar Beto sobre ela.

Beto, a essa altura, estava desacordado, a pele pálida contrastando com os lábios azulados. O toque dele estava gelado, um contraste doloroso com a fervura do meu desespero.

Senti as lágrimas se acumularem nos meus olhos, mas me forcei a manter a compostura. Cada segundo parecia uma eternidade enquanto Henrique e eu corríamos com a maca para dentro do hospital.

_ Aguenta firme, meu amor – sussurrei, mesmo sabendo que ele provavelmente não poderia me ouvir.

Entro com Beto no elevador, esquecendo qualquer tipo de claustrofobia que possa existir. A adrenalina que percorre meu corpo é a única coisa que me mantém focada.

Os batimentos dele estão fracos demais, a perda de sangue é contínua. Empurro a maca, ouvindo Rosane gritar meu nome no corredor, mas não havia tempo para explicar nada a ela.

Ao chegar ao andar da emergência, vejo Sarah, a enfermeira, assumir a maca rapidamente, enquanto eu corro para a sala de esterilização.

Fabio e Henrique entram logo atrás de mim, suas expressões carregadas de preocupação e dúvida.

— Você não vai fazer essa cirurgia — Fabio diz sério, bloqueando meu caminho.

— Quero ver quem vai me impedir — retruco, tirando o jaleco ensanguentado e pegando as roupas cirúrgicas com mãos trêmulas, mas decididas.

— Diana, você não pode — ele começa, mas eu o interrompo, a voz carregada de emoção e determinação.

— Quem vai fazer essa merda? Você? — pergunto irritada, encarando-o. — Eu vou entrar nessa sala e salvar o amor da minha vida, queira você ou não — digo, começando a me higienizar com movimentos rápidos e precisos.

Henrique hesita por um momento, o conflito visível em seus olhos, mas logo começa a se preparar também, aceitando a responsabilidade que eu lhe impus.

— Você é só uma psiquiatra, Diana — Fabio tenta argumentar, o tom desesperado.

Eu rio, um som amargo e incrédulo, enquanto coloco a máscara cirúrgica.

Lei do Amor | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora