Hospital São Jorge, Morro dos Prazeres
As semanas têm passado tão rapidamente que Diana e eu mal tivemos a chance de nos ver. Quando eu saía de um plantão, ela estava entrando no dela, e o nosso tempo juntos parecia sempre escapar entre nossos dedos.
Mas havia uma boa notícia: Diana estava considerando sair do hospital, especialmente agora que a adoção de Jorge estava praticamente garantida. Em poucos dias, ela teria o menino sob sua guarda provisória, e isso parecia dar um novo rumo às suas prioridades.
Hoje, enquanto o céu cinzento e chuvoso cobria a cidade, estacionei o carro em frente ao hospital.
Vi Diana correndo para o veículo, suas pernas se movendo rapidamente para evitar que a chuva a encharcasse ainda mais. Ela entrou no carro, fechou a porta atrás de si e respirou aliviada.
— Oi — disse eu, inclinando-me para beijá-la.
Nossos lábios se encontraram em um beijo rápido e caloroso, e eu a segurei pelo rosto, puxando-a um pouco mais para perto.
— Calma — ela riu suavemente. — Como foi seu plantão?
— O de sempre — respondi, evitando entrar em detalhes. Eu não queria que a conversa se voltasse para o estresse do trabalho. — Está muito cansada?
Ela arqueou uma sobrancelha, curiosa.
— Um pouquinho, por quê?
Eu liguei o carro e o motor começou a roncar suavemente.
— Pensei em pegarmos um cinema — sugeri, saindo do estacionamento. — Tem um filme novo... porra, qual é o nome mesmo?
Girei o dedo no ar, tentando lembrar. Diana soltou uma risadinha.
— Twister? — ela perguntou.
— Isso, esse aí... Parece bom, o que acha?
Diana sorriu, seus olhos brilhando com a ideia de uma pausa da rotina.
— Pode ser, eu topo — disse ela,
A resposta fez meu coração se aquecer, como se a chuva lá fora pudesse ser um simples detalhe diante da nossa pequena escapada juntos.
— Falou com a advogada? — perguntei, enquanto pegava a mão de Diana e deixava um beijo suave nas costas de sua mão.
Ela suspirou, a expressão cansada ainda visível apesar do seu esforço para manter a calma.
— Falei — começou, e eu notei uma frustração em sua voz — Ela pediu mais alguns dias.
Levantei uma sobrancelha, sentindo uma pontada de desconfiança.
— Vocês já estão nessa há quase um mês, amor — observei, parando no semáforo. — Ela quer mais tempo?
Diana deu de ombros, um gesto que parecia refletir sua própria incerteza. Eu sabia que adoções levam tempo, mas Diana era de boa família, filha de um deputado influente; era difícil acreditar que o processo estava tão complicado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Lei do Amor | Capitão Nascimento
RandomRoberto Nascimento é um capitão do BOPE, um homem cuja vida foi consumida pela carreira militar. Sua dedicação ao trabalho o levou a sacrificar não apenas seu casamento, mas também a convivência com seu filho. Esse sacrifício constante o tornou um h...