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Lucas Evans

North Hills, Califórnia.

Naquela manhã de terça-feira, eu estava novamente na sala de espera da oncologia, folheando aquela mesma revista desgastada que já tinha lido inúmeras vezes. O hospital se tornara um segundo lar para mim nos últimos meses, um lugar onde a rotina de consultas e tratamentos parecia oferecer alguma estranha forma de estabilidade em meio ao caos emocional que é enfrentar o câncer.

Enquanto tentava manter uma aparência tranquila para não preocupar minha família, meus pensamentos estavam longe dali. Eu estava mergulhado em um turbilhão de incertezas sobre o meu futuro, sobre como a doença poderia continuar afetando minha vida.

Foi quando a vi do outro lado da sala. Uma jovem mulher, claramente desconfortável, perdida em seus próprios pensamentos enquanto enfrentava o ambiente hospitalar pela primeira vez. Seu rosto mostrava preocupação, e eu não pude evitar sentir uma conexão instantânea com ela.

Talvez fosse porque eu entendia mais do que a maioria o que era estar naquele lugar, aguardando por respostas que poderiam mudar tudo.Decidi me aproximar, guiado por um impulso de oferecer algum conforto, mesmo que fosse apenas uma conversa breve.

Com um sorriso gentil, fui até ela e disse:

-Desculpe incomodar, mas parece que você também está aguardando. Espero que não seja nada sério.

Ela pareceu surpresa com minha abordagem, mas sua resposta foi calorosa.

-Ah, obrigada. Estou aqui por causa de uma gripe que não passa, mas tem me dado mais trabalho do que eu esperava.

Concordei com empatia.

-Entendo. Às vezes, essas coisas podem ser mais complicadas do que parecem à primeira vista. Mas os médicos aqui são realmente bons. Tenho certeza de que logo você estará bem.

A conversa leve que se seguiu trouxe um alívio momentâneo para ambos, como se compartilhássemos um breve momento de humanidade em um ambiente tão impessoal.

Enquanto conversávamos, o chamado para a minha consulta ecoou pelo corredor. Suspirei, percebendo que nossa conversa tinha sido uma distração bem-vinda. Antes de me despedir, sorri para ela mais uma vez.

-Bem, parece que é minha vez agora. Desejo que tudo corra bem para você também.

Ela retribuiu o sorriso, agradecendo novamente pela conversa.

Antes de sair totalmente de sua vista,ela grita:

-Seu nome?Você não me disse seu nome!

-Lucas!Meu nome é Lucas-grito de volta atraindo olhares para nós e vendo ela abrir seu lindo sorriso.

Coração em Colapso Onde histórias criam vida. Descubra agora