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Sofia Clark

North Hills, Califórnia

As palavras dele ecoaram em minha mente: "Eu te amo, Sofia."
Era como se o mundo parasse por um momento, deixando apenas nós dois, presos nessa bolha de dor e amor.

Eu queria responder, queria dizer a ele que também o amava, que nada mais importava. Mas o peso daquelas palavras, a intensidade do que ele estava confessando, me deixou sem ar.Lucas ficou em silêncio, observando minha reação.

Ele parecia tão frágil naquele momento, como se o simples ato de dizer "eu te amo" tivesse levado toda a sua energia.

Eu sabia que ele estava me dando uma escolha, uma oportunidade de sair, de fugir dessa dor que ele acreditava estar me impondo. Mas o que ele não entendia é que, para mim, essa dor já era parte de mim.

A possibilidade de perder Lucas era aterrorizante, mas a ideia de viver sem ele era ainda pior.Eu respirei fundo, tentando encontrar a força para responder.

Como poderia explicar a ele o que eu sentia, o quanto ele significava para mim, quando eu mesma ainda estava tentando processar tudo? As palavras pareciam pequenas, inadequadas.

Então, fiz a única coisa que parecia certa.Me inclinei para frente e segurei a mão dele. O toque era reconfortante, um lembrete de que ele estava ali, real, vivo.

Seus olhos se suavizaram quando nossos dedos se entrelaçaram, e eu soube que, independentemente do que acontecesse, eu não queria soltar essa mão.

— Lucas,eu também te amo — murmurei, minha voz mal acima de um sussurro. As lágrimas ainda estavam lá, ameaçando cair a qualquer momento, mas meu coração estava firme.

— E isso não é algo que vai mudar, independente do que aconteça.Ele fechou os olhos por um momento, como se estivesse tentando absorver minhas palavras, talvez buscando algum consolo nelas.

Quando abriu os olhos novamente, havia um brilho neles, uma mistura de alívio e dor.

— Eu quero estar com você, Lucas — continuei, minha voz ganhando força.

— Não importa quanto tempo
tenhamos, não importa as dificuldades. Eu quero estar ao seu lado..

Ficamos ali, em silêncio, cada um perdido em seus próprios pensamentos, mas juntos.

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Mais tarde, depois que Lucas saiu do meu quarto, eu fiquei pensando em tudo o que tinha acontecido. Eu queria contar para ele, mas não conseguia. Não queria adicionar mais um fardo ao que ele já carregava.

Foi então que meu celular vibrou, interrompendo meus pensamentos. Era uma mensagem de Lucas:

"Ei, linda. Encontre-me no terraço."

Meu coração acelerou imediatamente. Troquei de roupa rapidamente, colocando algo confortável e fui em direção ao terraço. A cada passo, a antecipação crescia.

Quando abri a porta do terraço, o ar fresco da noite me envolveu, e ali, sob as luzes piscando suavemente, estava Lucas.

Ele havia preparado um pequeno piquenique para nós. Era simples, mas perfeito. Uma toalha estendida no chão, alguns lanches, e as luzes ao redor criavam uma atmosfera mágica. Lucas sorriu quando me viu, aquele sorriso que sempre me fazia esquecer de tudo ao meu redor.

— Espero que goste — ele disse, com uma leve timidez na voz.

— Eu amei — respondi sinceramente, sentindo um calor no peito.

Nos sentamos lado a lado, observando o céu noturno. A lua brilhava, e as estrelas pareciam dançar acima de nós. O momento era perfeito, mas eu podia sentir que Lucas estava guardando algo. Ele estava mais quieto do que o normal, como se estivesse escolhendo as palavras certas.

— Sofia — ele começou, virando-se para mim com uma seriedade suave nos olhos —, eu não consigo parar de pensar em você. Desde que eu te conheci, eu só consigo imaginar como seria se a gente tentasse de verdade.

Meu coração bateu forte, uma mistura de alegria e medo. Lucas segurou minha mão e continuou:

— Sei que nossas vidas são complicadas, mas não quero desperdiçar mais nenhum segundo. Quero estar com você, viver o que pudermos, do jeito que pudermos.

Eu o olhei, sentindo uma onda de emoções me inundar. Não havia nada que eu quisesse mais naquele momento do que estar com ele.

— Eu também quero, Lucas — respondi, minha voz carregada de emoção. — Quero estar com você, enfrentar o que vier, juntos.

Ele sorriu, aquele sorriso que sempre iluminava meu mundo. E então, devagar, ele se inclinou para mim, e quando nossos lábios finalmente se encontraram, foi como se todo o medo e a incerteza desaparecessem. O beijo foi suave, cheio de carinho e promessas não ditas. Naquele momento, sob as estrelas e as luzes, começamos algo novo, algo que, apesar de todos os desafios, nos daria força para continuar.

Quando nos afastamos, Lucas encostou a testa na minha e ficamos ali, em silêncio, apenas aproveitando o momento.

— Isso é só o começo — ele sussurrou, e eu sorri, sabendo que ele estava certo.

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