Coração em Colapso

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Sofia Clark

North Hills, Califórnia.

As paredes brancas do consultório de cardiologia sempre me traziam um misto de ansiedade e esperança. Era ali que eu vinha regularmente para monitorar minha condição, uma cardiomiopatia que exigia atenção constante. Sentada na sala de espera, meu olhar vagava pela sala, buscando distração nos cartazes educativos e nas poucas revistas à disposição. Foi então que conheci Lucas.

Ele estava sentado ao meu lado, aparentando a mesma apreensão que eu sentia. Começamos a conversar, e sua presença inesperadamente trouxe-me uma sensação de calma que há tempos eu não experimentava. Conversar sobre nossos medos e tratamentos criou uma conexão imediata. Quando ele entrou para a consulta, senti uma ponta de ansiedade, mas sua breve companhia já havia suavizado um pouco meu nervosismo.

O som da porta do consultório abrindo-me trouxe de volta à realidade. Dr.Sloan , meu cardiologista, me chamou para entrar. Ele era um homem de meia-idade, com uma expressão séria, mas olhos que transmitiam uma profunda compreensão. Sentei-me na cadeira em frente à sua mesa, enquanto ele revisava meus exames recentes.

- Sofia, os resultados mostram que a medicação está ajudando a estabilizar a função cardíaca, mas precisamos continuar monitorando de perto - disse ele, com um tom cuidadoso.

Assenti, tentando absorver as informações. Dr. Sloan prosseguiu explicando os ajustes no meu tratamento e os próximos passos. Saí do consultório com a cabeça cheia de novas instruções e uma mistura de alívio e preocupação.

Ao sair, avistei Lucas novamente, aguardando no corredor. Seu rosto se iluminou ao me ver, e não pude deixar de sorrir de volta.

- Oi de novo, Lucas - cumprimentei, tentando esconder meu nervosismo. - Como foi sua consulta?

- Foi bem - respondeu ele, com um tom tranquilizador. - O tratamento está funcionando, mas ainda há algumas coisas a serem monitoradas. E você? Como se sentiu lá dentro?

Suspirei, sentindo um peso familiar no peito.

- O médico disse que os resultados são positivos, mas que precisamos continuar monitorando. Fico aliviada, mas ao mesmo tempo, sempre há essa nuvem de incerteza.

Lucas assentiu, compreendendo perfeitamente o que eu sentia. Sentamo-nos no banco próximo, conversando mais um pouco sobre nossos tratamentos e vidas fora do consultório.

- A propósito, você ainda não me disse seu nome - lembrou ele, com um sorriso curioso.

Sorri de volta, sentindo uma conexão crescente com aquele homem que, em tão pouco tempo, se tornara um apoio inesperado.

- Sofia, Sofia Clark - respondi, estendendo a mão.

Ele apertou minha mão com gentileza, e naquele momento, percebi que nossa amizade nascente poderia ser um escape para as dificuldades que enfrentávamos. Juntos, talvez pudéssemos encontrar força e conforto na companhia um do outro.