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Lucas Evans

North Hills, Califórnia

Eu estava ali, parado naquele corredor frio e impessoal, tentando controlar minha respiração enquanto a realidade da situação se fechava ao meu redor. Cada segundo que passava parecia um golpe certeiro no meu peito, e a única coisa que eu conseguia pensar era que precisava ser forte por ela, mas a verdade era que eu estava apavorado.

A porta da sala de emergência estava fechada, me separando de Sofia. Minha mente estava inundada de imagens do que havia acontecido no parque, a forma como ela ficou fraca nos meus braços, o pânico em seus olhos... Eu não conseguia afastar essas lembranças, por mais que tentasse.

Enquanto andava de um lado para o outro, senti uma onda de desespero me atingir. E se...? Não, eu não podia deixar minha mente ir por esse caminho. Sofia precisava de mim, e eu precisava acreditar que tudo ia ficar bem.

De repente, ouvi passos rápidos se aproximando. Levantei a cabeça e vi Emma e Jackson chegando, os rostos cheios de preocupação. Emma foi a primeira a correr até mim, seus olhos arregalados e a respiração ofegante.

- Lucas, o que aconteceu? - a voz dela saiu trêmula, quase sufocada pelo medo.

Tentei explicar, mas as palavras saíram entrecortadas, quase como se estivessem presas na minha garganta.

- Sofia... ela começou a passar mal durante o passeio... eu não... eu não consegui fazer nada, Emma. Eu estava lá, mas... - o desespero transbordou, e senti as lágrimas quentes escorrendo pelo meu rosto.

Emma me puxou para um abraço apertado, seus braços ao meu redor como uma âncora no meio do caos.

- Vamos passar por isso juntos, Lucas. Sofia é forte. Ela vai lutar - disse Jackson, tentando me confortar, apesar do nervosismo evidente na sua voz.

Essas palavras, embora reconfortantes, pareciam frágeis diante do medo esmagador que estava me consumindo. Mas eu me agarrei a elas com toda a força que pude, como se fossem a única coisa me impedindo de desmoronar completamente.

O tempo parecia se arrastar enquanto esperávamos. Cada minuto que passava sem notícias era uma tortura. Eu não sabia quanto tempo havia se passado quando um casal apareceu no corredor. A mulher estava pálida, com o olhar firme, enquanto o homem ao seu lado parecia mais calmo, mas seus olhos também revelavam preocupação. Eu não os reconheci de imediato, mas algo na expressão deles me fez congelar.

Eles se aproximaram de mim, e a mulher perguntou, com a voz quase inaudível:

- Lucas, o que aconteceu? Ela estava bem esta manhã...

Foi só então que percebi quem eram. Eram os pais de Sofia. A revelação me atingiu como um soco no estômago. Esse era o momento que ela tanto temia, o momento em que eu encontraria seus pais, e era assim que tinha que acontecer?

Tentei explicar de novo, mas as palavras pareciam sem sentido. Como eu poderia descrever o terror de ver alguém que você ama tanto, alguém que você faria qualquer coisa para proteger, desmoronando bem diante dos seus olhos?

O pai de Sofia fechou os olhos, respirando fundo enquanto segurava a mão da esposa. Ele não disse nada, mas o silêncio dele foi mais pesado do que qualquer palavra poderia ser.

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