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Lucas Evans

North Hills, Califórnia.

Eu estava sentado na poltrona ao lado da janela do meu quarto de hospital, observando as nuvens se moverem lentamente pelo céu. A brisa suave que entrava pela janela entreaberta trazia um pouco de alívio para o ambiente vazio e silencioso. O silêncio era uma constante aqui, interrompido apenas pelo som dos passos dos enfermeiros e pelo bip dos monitores.

Era um daqueles dias em que a sensação de prisão no hospital pesava mais do que o habitual. Minhas visitas estavam se tornando menos frequentes, o que eu entendia completamente. A vida lá fora continuava, enquanto a minha parecia estar em pausa.

No entanto, hoje era um dia diferente. Eu estava esperando por uma visita:meu melhor amigo, Jackson. Não o via há semanas, e sua companhia era sempre uma pausa bem-vinda na monotonia da minha rotina hospitalar. Ele sempre tinha uma energia positiva, mesmo nos piores momentos.

Enquanto esperava, minha mente vagava para Sofia. Tínhamos nos conhecido recentemente, mas ela já se tornara uma presença constante nos meus pensamentos. Havia algo nela, uma força calma e uma gentileza que me intrigavam. Não sabia muito sobre sua condição, e ela não parecia querer falar sobre isso, mas eu podia sentir que havia algo mais do que ela deixava transparecer.

Bati os dedos na perna, ansioso pela chegada de Jackson. Era raro ter uma conversa normal aqui, e eu sabia que ele sempre trazia um pouco de normalidade com ele. Talvez hoje ele tivesse alguma novidade, alguma coisa para me distrair.

Quando a porta se abriu, meu coração acelerou um pouco. Jackson entrou com um sorriso largo, carregando uma sacola de papel marrom.

-Trouxe comida decente pra você, cara, ele disse, balançando a sacola.

-Sei que você já deve estar de saco cheio dessa comida de hospital.

Sorrio

- você é o cara.

Ele se sentou na cadeira ao lado da cama, colocando a sacola na mesinha.

-Então, como você tá se sentindo?

Dei de ombros.

-Como sempre, eu acho.

Ele assentiu, com um olhar compreensivo.

-Eu sei que é difícil, mas você é forte, Lucas. E você não está sozinho.

Agradeci com um aceno de cabeça. Jackson sempre tinha esse jeito de fazer as coisas parecerem um pouco melhores. Nós começamos a comer, conversando sobre coisas triviais: notícias, filmes, pessoas que conhecíamos. Ele me atualizou sobre os amigos em comum e as últimas novidades do mundo lá fora.

Depois de um tempo, a conversa tomou um rumo mais sério. Jackson me olhou com um olhar preocupado. "

-Lucas, você sabe que pode contar comigo, certo? Qualquer coisa que você precisar.

Assenti, sentindo um nó na garganta.

-Eu sei, cara. Obrigado.

Antes que pudéssemos continuar, a porta se abriu novamente. Olhei para cima e vi uma mulher que eu não conhecia entrando. Ela era bonita, com cabelos castanhos ondulados e um sorriso gentil. Jackson pareceu surpreso por um momento, mas logo se levantou para cumprimentá-la.

-Emma, que surpresa!

Ele exclamou, visivelmente contente.

Então, essa era Emma, pensei. A amiga de Sofia. Eu havia ouvido falar dela, mas nunca a conhecera pessoalmente.  Ela se aproximou de mim, estendendo a mão.

-Oi, você deve ser o Lucas,disse ela, com um sorriso caloroso.
-Sou Emma, amiga da Sofia.

Apertei sua mão e dei um pequeno sorriso.

- Prazer em conhecê-la, Emma.

Nos próximos minutos, Emma e Jackson se envolveram em uma conversa animada. Eu fiquei observando, sentindo-me um pouco como um espectador. Era interessante ver como eles interagiam, como se já se conhecessem há anos. Emma era cativante, e eu podia ver que Jackson estava encantado com ela. Era como se eles tivessem uma química instantânea, algo que eu nunca tinha visto nele antes.

Enquanto eles conversavam, minha mente voltou para Sofia. Eu me perguntei se ela estava bem, se precisava de alguma coisa. Talvez eu devesse ir visitá-la mais tarde. A ideia de vê-la fez meu coração bater um pouco mais rápido. Havia algo ali, uma conexão que eu não podia ignorar.

Mas, por enquanto, eu me contentei em observar Jackson e Emma. Talvez, de alguma forma, eu pudesse ajudar a aproximá-los. Eles pareciam se dar tão bem, e eu sabia que Jackson poderia usar um pouco de felicidade na vida dele.

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