Coração em Colapso

05

Lucas Evans

North His, Califórnia.

Os dias no hospital passavam lentamente, como se o tempo estivesse suspenso. Eu estava acostumado à rotina: exames de sangue, consultas com médicos, sessões de tratamento. Mas, ultimamente, algo havia mudado. Havia uma nova constante no meu dia a dia, um raio de sol em meio à monotonia: Sofia.
Mesmo estando em quartos separados, nossas conversas rápidas nos corredores ou na sala de espera se tornaram momentos que eu ansiava.
Naquela manhã, depois do café da manhã, decidi que queria conversar com Sofia. Eu a encontrara algumas vezes no corredor, e nossas trocas eram sempre revigorantes. Ela tinha uma presença calma e uma inteligência tranquila que eu apreciava.

Peguei um livro que havia encontrado na pequena biblioteca do hospital e fui em direção ao quarto dela.Bati suavemente na porta e ouvi a voz dela do outro lado.

-Entre.

Abri a porta devagar, encontrando Sofia sentada na cama, com uma revista no colo. Quando ela me viu, sorriu, e eu me senti imediatamente bem-vindo. O sorriso dela era genuíno, algo que não se vê com frequência em um hospital.

-Oi, Lucas! Que surpresa boa. Como você está?

Perguntou ela, colocando a revista de lado.-Só mais um dia, mas estou bem," respondi, sorrindo de volta.E você?

-Indo bem. Hoje me sinto um pouco melhor, mas sabe como é, um dia de cada vez. Ela fez uma pausa e, em seguida, apontou para o livro que eu segurava.

-O que você trouxe aí?

-Um romance de época . Achei que seria uma boa leitura para nós dois. Algo para distrair, sabe? Disse, mostrando o livro para ela.
Ela pegou o livro, examinando a capa com interesse.

-Adoro romances assim. Boa escolha, Lucas. Vamos ler juntos?

Assenti, feliz por ela ter gostado da ideia. Sentei-me na cadeira ao lado da cama dela e comecei a ler em voz alta. A história era envolvente, cheia de mistérios e reviravoltas. De vez em quando, fazíamos uma pausa para discutir um ponto ou fazer uma piada sobre os personagens. Era incrível como a leitura compartilhada nos transportava para outro lugar, longe das paredes brancas e do cheiro estéril do hospital. Enquanto lia, observava Sofia de vez em quando. Ela parecia absorta na história, mas havia algo mais nos olhos dela, uma sombra de preocupação que ela tentava esconder. Queria perguntar sobre isso, mas não queria estragar o momento. Decidi deixar que ela compartilhasse quando estivesse pronta.Após alguns capítulos, paramos para descansar. Sofia sorriu para mim, e senti uma conexão ainda mais forte.

-Obrigada por isso, Lucas. É bom ter uma distração.

-Eu que agradeço, Sofia. Você é uma ótima companhia de leitura.

Ela riu, e eu me despedi, prometendo voltar para continuar a leitura. Saí do quarto dela com um sentimento de leveza, algo que não sentia há muito tempo. Saber que havia alguém ali, passando por uma situação semelhante, tornava tudo mais suportável.