Cap. VII

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Rodolffo entrou em casa todo contente.  Pegou a mãe no colo e dançou com ela.

- Põe-me no chão,  Rodolffo!  O que se passa?  Porque não estás no trabalho?

- Pedi dispensa hoje.  Senta aqui que eu tenho um assunto para conversar contigo.

Elsa sentou-se ao lado dele e ouviu atentamente a história de Valentina.  De vez  quando ela soltava um Oh de espanto.

- Tens a certeza que queres essa menina?

- Tenho mãe e preciso da tua ajuda com ela.

- Podes contar comigo sempre.  Sabes muito bem que eu só quero que sejas feliz.  Achas que a doutora aceita?

- Mãe, ela já a amamenta!  Imagina não aceitar.

- É triste a história dela, também.

- Eu não sei tudo.  Isto foi apenas a justificação que ela deu quando a confrontei com o facto dela amamentar a bébé.
Tem outro pormenor mãe.  A Valentina é mulata.  A mãe era negra.  Eu sei que para ti não é problema, mas vais ouvir coisas feias das outras pessoas.

- Eu vou amar a minha neta independentemente dela ser branca, amarela, negra ou azul.  Cor não define carácter.  É ver pelo progenitor dela.

- Vamos ter que preparar um quarto para ela.

- Compramos um berço e por enquanto ela fica no meu quarto.

- Pensei partir aquela parede que liga o teu quarto ao quarto de hóspedes e fazer o quarto dela.

- Boa ideia, filho.

- Hoje vou jantar com a doutora.  Queria levar um agrado, mas não sei o quê?

- Estás muito entusiasmado.   Um primeiro encontro leva só flores e se vão jantar, leva vinho.

- Tens razão,  mas não é um encontro.  Vamos apenas falar sobre Valentina.

- Sei, mas vejo-te muito expectante em relação a isso.

- Ela perece ser fantástica.   E é linda.
Logo vais conhecê-la.

- Estou ansiosa.  Vamos almoçar.

Rodolffo caminhou com a mãe para a cozinha onde ela preparou uma  coisa rápida e leve.  Poderia ter preparado algo diferente,  mas ele não soube avisar que viria almoçar.

Durante a tarde mergulhou em vários sites à procura de berços de criança. O problema era o prazo de entrega.  Rodolffo precisava dele urgentemente e os sites indicavam entre 10 e 20 dias.

Juliette mandou a mensagem com a morada e a hora a que ele deveria comparecer.

Rodolffo olhou.  Conhecia perfeitamente aquela rua ou não fosse a rua onde Marta a sua ex morava ou tinha morado.  Rodolffo esperava que daí não viessem problemas. 

Saiu para comprar o vinho e as flores e aproveitou e trouxe também um buquê para a mãe.   Ela mais que qualquer outra merecia todas as flores do mundo.

Subiu para o seu quarto e foi arrumar-se para o jantar.  Tomou banho, vestiu uma roupa casual e pôs o seu perfume.  Passou na sala, deu um beijo à mãe que lhe desejou boa sorte e partiu para casa da doutora Juliette.

Deixa-me cantar à LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora