Rodolffo entrou em casa todo contente. Pegou a mãe no colo e dançou com ela.
- Põe-me no chão, Rodolffo! O que se passa? Porque não estás no trabalho?
- Pedi dispensa hoje. Senta aqui que eu tenho um assunto para conversar contigo.
Elsa sentou-se ao lado dele e ouviu atentamente a história de Valentina. De vez quando ela soltava um Oh de espanto.
- Tens a certeza que queres essa menina?
- Tenho mãe e preciso da tua ajuda com ela.
- Podes contar comigo sempre. Sabes muito bem que eu só quero que sejas feliz. Achas que a doutora aceita?
- Mãe, ela já a amamenta! Imagina não aceitar.
- É triste a história dela, também.
- Eu não sei tudo. Isto foi apenas a justificação que ela deu quando a confrontei com o facto dela amamentar a bébé.
Tem outro pormenor mãe. A Valentina é mulata. A mãe era negra. Eu sei que para ti não é problema, mas vais ouvir coisas feias das outras pessoas.- Eu vou amar a minha neta independentemente dela ser branca, amarela, negra ou azul. Cor não define carácter. É ver pelo progenitor dela.
- Vamos ter que preparar um quarto para ela.
- Compramos um berço e por enquanto ela fica no meu quarto.
- Pensei partir aquela parede que liga o teu quarto ao quarto de hóspedes e fazer o quarto dela.
- Boa ideia, filho.
- Hoje vou jantar com a doutora. Queria levar um agrado, mas não sei o quê?
- Estás muito entusiasmado. Um primeiro encontro leva só flores e se vão jantar, leva vinho.
- Tens razão, mas não é um encontro. Vamos apenas falar sobre Valentina.
- Sei, mas vejo-te muito expectante em relação a isso.
- Ela perece ser fantástica. E é linda.
Logo vais conhecê-la.- Estou ansiosa. Vamos almoçar.
Rodolffo caminhou com a mãe para a cozinha onde ela preparou uma coisa rápida e leve. Poderia ter preparado algo diferente, mas ele não soube avisar que viria almoçar.
Durante a tarde mergulhou em vários sites à procura de berços de criança. O problema era o prazo de entrega. Rodolffo precisava dele urgentemente e os sites indicavam entre 10 e 20 dias.
Juliette mandou a mensagem com a morada e a hora a que ele deveria comparecer.
Rodolffo olhou. Conhecia perfeitamente aquela rua ou não fosse a rua onde Marta a sua ex morava ou tinha morado. Rodolffo esperava que daí não viessem problemas.
Saiu para comprar o vinho e as flores e aproveitou e trouxe também um buquê para a mãe. Ela mais que qualquer outra merecia todas as flores do mundo.
Subiu para o seu quarto e foi arrumar-se para o jantar. Tomou banho, vestiu uma roupa casual e pôs o seu perfume. Passou na sala, deu um beijo à mãe que lhe desejou boa sorte e partiu para casa da doutora Juliette.
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Deixa-me cantar à Lua
FanfictionA lua. Sempre ela. Grande, linda, sempre lá no alto acolhendo tanto is enamorados, como os tristes solitários. Por isso eu canto para ela.