Cap. XIII

47 11 6
                                    

Juliette tinha-se levantado bem cedo quando todos ainda dormiam.  Hoje o plantão iniciava-se muito cedo e precisava ir.

Preparou um café rápido e já estava a terminar quando dona Elsa chegou à cozinha.

- Já, minha filha?

- Hoje preciso chegar cedo.

- E só comes isso?  Nem fruta?

- Acordei indisposta.   Comi uma torrada com café. Mais tarde como qualquer coisa.

- Enquanto vais lavar os dentes eu preparo um lanchinho para levares.

- Obrigada. - disse Juliette dando-lhe um beijo na face.

Juliette terminou lá no banheiro  deu um beijo em Rodolffo ainda a dormir,  passou no quarto da filha e deu-lhe um beijo também e voltou à cozinha.

- Coloquei uma laranja.  Se sentires enjoos a laranja ajuda.

Juliette olhou para Elsa e sorriu.  As mães sempre entendem tudo.

Valentina estava com quase dois anos e Juliette sempre se preveniu nas relações, mas o instinto dizia que era hora e há cerca de três meses ela tinha deixado de tomar o anticoncepcional.   Logo no segundo mês ela não menstruou, mas também não deu importância.  Agora de novo a menstruação não veio e ela ia fazer o teste.
Não quis dizer nada a Rodolffo porque ele é muito emocionado e ansioso.   Preferiu confirmar primeiro porque certeza ela já tinha.

Chegou ao hospital e foi logo ao bloco de análises.   Fez a colheita de sangue e pediu que lhe mandassem o resultado para o seu email.
A sua colega de turno ia sair dentro de uma hora e ela pediu para lhe fazer um ultrassom.

- Vamos agora mesmo, Ju.

- Eu fiz análises há pouco, mas eu sei que estou grávida.

As duas brincaram durante o exame e tudo foi confirmado.  Juliette estava grávida de pouco mais de dois meses.

- Parabéns,  Ju.  Se há alguém que merece és tu.

- Tenho medo, Diana.  Da última vez não correu bem.

- Não penses nisso.  Nada é igual.  Vais ver que está aí um bébé lindo e saudável.  Então se sair ao pai!

- Só porque és tu vou relevar.  Eu sou ciumenta.

- Comigo estás à vontade.  Não troco o meu deuso por qualquer um, nem mesmo pelo teu.

- O João é um belo pedaço de homem, mas não igual ao meu Rodolffo.

- Então está tudo certo.  Tu com o teu e eu com o meu.  Aliás, que tal uma sessão de swing?

- O quê?  Diana, estás louca, mulher.  Vamos trabalhar que é para isso que estamos cá.

- Estou feliz por ti, amiga.

- Eu sei.  Obrigada.

As duas seguiram caminhos diferentes pelos corredores do hospital.   Juliette entrou no seu gabinete, vestiu a bata e acariciou a barriga dizendo baixinho:

- Desta vez vai dar certo, meu amor.

Olhou para o relógio e marcou o número de Rodolffo.   Pelo horário ele já estaria no trabalho.

Deixa-me cantar à LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora