Juliette acomodou-se num dos cadeirões que ladeava a pequena mesa, deixando o outro para Rodolffo. Por ser pequena conseguia aninhar-se no mesmo, dobrando as pernas debaixo do corpo.
- Tenho inveja de quem consegue fazer isso. Deve ser tão confortável- disse Rodolffo depois que ela se acomodou.
- É a minha posição favorita. Quando está frio com uma manta fica muito gostoso.
- Então, quanto a Valentina. Eu acho que ela deve ficar lá em casa pois tem a minha mãe para cuidar dela. No teu dia de folga ela pode ficar aqui ou quando tu achares que podes.
- É. - foi o que ela respondeu.
Rodolffo olhou e notou uma mudança na expressão dela.
- O que foi Juliette? Estou aberto a outras soluções. Isto é novo tanto para mim como para ti.
- Sim. Tens razão. Só estava a pensar que tenho que fazê-la aceitar a mamadeira.
- Vais deixar de amamentá-la?
- É o certo. Eu não vou ter acesso a ela diáriamente. Lá no hospital é mais fácil.
Rodolffo ficou calado. Durante uns minutos nenhum deles disse uma palavra. Então, como que impelido por uma mola, Rodolffo abaixou-se na frente dela e pediu.
- Vem morar connosco. Lá em casa há espaço suficiente para todos e garanto que terás toda a privacidade do mundo.
- Tu és doido? Conhecemo-nos há três dias, Rodolffo!
- E depois? Eu acredito em almas gémeas, no entanto não tem a ver connosco e sim com a nossa filha.
- E a tua mãe? O que ela pensará de tudo isto?
- Dona Elsa vai gostar de ti, isso eu posso garantir porque a conheço bem.
- Não sei. Aqui tenho o meu cantinho. As minhas lembranças.
- Levamos as lembranças também. Levamos o quarto do teu bébé se quiseres.
- Isso não. Posso dar a maioria das coisas para a Valentina, mas eu tinha ideia de doar isto tudo. Estava a aguardar a hora certa.
- A hora é agora, Juliette - Rodolffo disse isto segurando nas mãos dela.
Vem comigo nesta caminhada.- Tu estás muito emotivo. Vamos pensar bem no assunto. Eu vou lá conhecer a tua mãe e depois decidimos o que fazer.
Ele apoiou a cabeça nas mãos dela e depois beijou-as.
Ela soltou uma das mãos e afagou-lhe o cabelo.- Isto está a ir depressa demais, Rodolffo.
- Eu sei, mas acredito em amor à primeira vista.
- Também eu, mas tenho medo de ser apenas por causa de Valentina. Não quero que um dia nos odiemos e ela sofra.
- Isso não vai acontecer. Se por algum motivo não der certo, ainda teremos a nossa filha para nos manter unidos nem que seja como amigos.
Juliette tomou a iniciativa e deu-lhe um selinho que ele logo transformou num beijo de lingua bem intenso. Separaram-se para respirar, Rodolffo sentou-se e colocou-a no seu colo. Juliette encostou a cabeça no peito dele e assim ficaram em silêncio.

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Deixa-me cantar à Lua
फैनफिक्शनA lua. Sempre ela. Grande, linda, sempre lá no alto acolhendo tanto is enamorados, como os tristes solitários. Por isso eu canto para ela.