Cap. XIV

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Acordei e Juliette já não estava na cama.  Eu sabia que ela saía cedo e nem me lembro dela se despedir de mim o que ela fez de certeza pois nunca sai sem me dar um beijo.

Fiz a minha higiene e desci para tomar café.

- Bom dia mãe.  Viu a Ju?

- Vi.  Saiu cedo e não comeu quase nada.  Fiz um lanche para ela levar.

- E a Valentina?

- Ainda dorme.  Essa só acorda daqui a uma hora mais ou menos.

Rodolffo terminou de comer e saiu para o trabalho.  Teve uma reunião na primeira hora e preparava-se para a próxima quando recebeu uma chamada de Juliette.

- Oi, amor.  Saíste cedo e nem ouvi.

- Eu não fiz barulho.  Tens muito que fazer?  Podes almoçar comigo?

- Mesmo que tivesse.  Para ti estou sempre disponível.  Está tudo bem?

- Está, mas queria contar-te uma coisa.

- Boa ou má?

- Boa.  Se fosse má deixava para depois.  Pode ser naquele restaurante italiano que eu gosto?

- Passo aí às 13 e vamos. 

- Obrigada.  Até logo amor.

Depois de desligar, Juliette ligou para o restaurante e fez um pedido.  Pelo facto de já ser conhecida lá, o chefe logo se prontificou a atender o seu pedido.
Explicou direitinho o que queria e depois de desligar mergulhou no trabalho. Estava muito feliz e qualquer pessoa podia ver isso no seu rosto.
Até Roberto, um médico cardiologista que a tentou paquerar antes de saber da relação dela com Rodolffo.   Hoje namora uma das enfermeiras do hospital e com Juliette mantém uma amizade de colegas.

- Há uma luz especial no teu rosto, Juliette.

- Hoje todos resolveram reparar em mim? Tanta gente já me disse o mesmo ou parecido.

- Então é porque é verdade.  Queres contar algo?

- O quê Roberto?  Não há nada para contar.  Pelo menos por enquanto.

- Ah!  Então há e não queres dizer.

- Não há nada.  Sério Roberto. Vai trabalhar.

Roberto saiu de perto dela e enquanto analisava alguns processos Juliette pensava qual seria a reacção de Rodolffo quando lhe contasse da gravidez. 
Ela sabia da vontade dele ter uma família grande.  Dizia ele que por ser filho único sentiu a falta de um irmão e não queria que a sua filha passasse pelo mesmo.

Juliette apesar de também ser filha única nunca sentiu essa falta porque foi criada numa comunidade onde havia muitas crianças e estavam juntos a qualquer hora. Era comum passar horas na casa dos amiguinhos e o contrário também sucedia.

Com estes pensamentos nem viu as horas passar.  Foi trazida para a realidade quando bateram à porta.  Mandou entrar.  Era Rodolffo.

- Já são 13 horas?

- 13 e 15 mais propriamente.   Bom dia amor. - disse Rodolffo abraçando-a e dando-lhe um beijo  em repenicado.

Juliette avisou a sua assistente que talvez demorasse um pouco mais no almoço e saiu abraçada com Rodolffo.

Deixa-me cantar à LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora