A tensão era grande. A polícia sabendo a localização onde ia ser feita a transacção bem cedo se posicionou nas imediações. Era uma pista de aviação clandestina no meio do mato.
Em casa de Rodolffo os nervos estavam à flor da pele. Helena não parava de chorar.
Precisas estar calma se ela telefonar. Se perceber algo na tua voz tudo estará perdido.
- Eu sei doutor. Vou ficar calma.
Eram cerca das 13,30 horas quando o telefone de Helena tocou. Dois policiais e Rodolffo estavam presentes.
- Atenda o mais natural possivel. - disse um dos policiais.
- Alô, Marta?
- Claro que sou eu. Quem deveria ser? Está tudo como combinado?
- Sim. Todo o mundo subiu para tirar um cochilo após o remédio que coloquei no suco.
- Vão dormir por algumas horas. Daqui a cerca de 30 minutos podes sair. Creio que não deves demorar mais que 45 minutos a chegar.
- Sabes que eu conduzo devagar!
- Então hoje trata de pisar no acelerador e vê se não te enganas no caminho.
- Não queres desistir?
- É brincadeira, não? Nunca desisti dos meus objectivos. Faz o que combinámos e todos ficam bem.
- Sim. - respondeu Helena querendo encerrar a conversa.
De seguida foram preparar a alcofa com um bébé reborn semelhante à Camila. Isso iludiria qualquer um à primeira vista.
Rodolffo e um dos policiais seguiram atrás do carro de Helena, a uma distância razoável em um carro descaracterizado. O outro policial ficou com dona Elsa e as crianças.
Quando Helena estacionou ficou dentro do carro conforme combinado. Os policiais no local já haviam comunicado que estava tudo a postos. Tinham presenciado a chegada do pequeno jacto e também de Marta.
O telefone de Helena tocou. Ela atendeu.
- Porque não sais?
- Vou já sair. Estou a juntar os pertences da criança.
- Trás só a criança. Deixa o resto.
Helena saiu, pegou na alcofa e dirigiu-se aos dois. O homem estava com uma mala na mão que se presume fosse o dinheiro.
Helena tinha colocado uma touca no boneco que lhe cobria grande parte do rosto. Marta olhou de relance e nem percebeu a troca. Sorriu para o homem segurando as alças da alcofa e estendendo a outra mão para segurar a mala.
Foi neste momento que do meio do mato surgiram os policiais armados dando-lhes voz de prisão.
- Desgraçada! Traidora! Gritava Marta dirigindo-se a Helena.
Rodolffo chegou logo a seguir e sem se conter socou a cara dela.
- Puta de merda! Vou fazer com que apodreças na prisão.
- Rodolffo, foi ideia da Helena. Ela é que arquitectou o plano.
Helena não disse nada, mas aproveitou e deu-lhe um estalo numa das faces. Um dos policiais afastou-a dali.
- A minha vontade era desfigurar essa cara toda.
Rodolffo pediu que Helena se contivesse. O assunto agora era com a justiça.
A pedido das forças policiais ambos regressaram a casa. Rodolffo conduzia o carro de Helena e nenhum deles falou até entrarem em casa.
Rodolffo abraçou a mãe e foi a correr ver as filhas. Juliette já tinha regressado e estava com elas no quarto, mas não estava com boa cara.
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Deixa-me cantar à Lua
أدب الهواةA lua. Sempre ela. Grande, linda, sempre lá no alto acolhendo tanto is enamorados, como os tristes solitários. Por isso eu canto para ela.
