Rodolffo acabara de chegar ao banco e o chefe já estava à sua espera.
- Miller, soube agora que pediste transferência. Porquê?
- Doutor. Todos estes anos em que trabalhamos juntos, fizemos uma boa dupla. Não nego que aprendi e gostei muito de trabalhar consigo, mas neste momento é melhor afastar-me.
- Aquele assunto teve influência?
- Sim. Fiquei decepcionado consigo. Nunca pensei que pudesse ser assim tão insensível. Espero que nunca se arrependa.
- Esquece isso. Não precisas pedir transferência por isso. Eu é que vou sair. Recebi um convite de um banco na Alemanha e vou aceitar. Fica. Mereces uma promoção e vou recomendar-te. Foi muito bom trabalhar contigo.
Rodolffo tinha vontade de esfregar na cara dele que agora era pai da criança que ele rejeitou, mas conteve-se para não arranjar mais problemas.
- Espero que seja feliz nessa nova etapa.
- Obrigado pela dedicação neste anos todos.
Apesar de Valentina já ser legalmente sua filha, bastava um simples teste de ADN para tudo mudar.
Rodolffo estava muito feliz. Vivia com a menina que acabara de completar 4 meses e com Juliette com quem estava completamente envolvido.
Quando ela se mudou para casa dele, resolveram assumir logo a relação e deixar que Deus os abençoasse.
Juliette estava de folga. Havia combinado encontrar-se com Rodolffo na pracinha quando este saísse do trabalho.
Colocou Valentina no carrinho e juntamente com dona Elsa saíram de casa. Foram a caminhar pois a praça era perto.Sentaram-se num dos bancos e ficaram a observar as crianças que corriam de imediato lado para o outro.
- Um dia destes é a nossa menina que vai andar por aí a correr.
- E mais depressa do que pensas, Juliette. Parece que ainda ontem o Rodolffo era do tamanho deles e olha eu aqui já avó.
- Como é que a senhora viu esta loucura toda?
- Olha, filha. Eu sempre pensei que era a Marta que me daria um neto. Fiquei surpresa quando eles terminaram porque parecia que isso nunca ia acontecer, assim como fiquei surpresa quando tu apareceste do nada lá em casa, mas hoje, comparando as duas, vejo que tu tens mais a ver com ele. Amo a minha neta, mas também quero um de vocês dois.
- Isso ainda vai demorar, dona Elsa.
- Não faz mal. Eu espero. E se Deus quiser há-de ser um menino.
Juliette ficou calada e pensativa.
- Desculpa, filha. Não queria trazer-te recordações tristes. Perdoa-me.
- Não peça perdão. Eu fico triste, mas estou bem.
Juliette tinha tirado Valentina do carrinho e estava com ela no colo.
- Eu sabia que algo estava errado. Querias dar o golpe da barriga e impingir-me um filho que não era meu?
- Quê?
Juliette olhava a pessoa que acabara de abrir a boca e proferir aquelas palavras.
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Deixa-me cantar à Lua
FanfictionA lua. Sempre ela. Grande, linda, sempre lá no alto acolhendo tanto is enamorados, como os tristes solitários. Por isso eu canto para ela.