Cap. XXVII

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Rodolffo percebeu que ela estava furiosa e foi logo tentar justificar-se.

- Meu amor, eu sei que não agi certo ao esconder  mas não queria que fosses trabalhar preocupada.  Desculpa.

- E desde quando te dei o direito de decidir isso.  Eu sei lidar com os meus problemas assim como lidas com os teus.  Deixar aqui as meninas com a tua mãe não foi muito inteligente.

- Também ficou um policial.

- E eu tive que saber por ele o que se passava porque o meu marido não confia em mim.

- Isso não é verdade.

- Não quero falar agora disso.  Prenderam a vagabunda?

- Deu tudo certo.  Aquela não sai tão cedo da cadeia.

- E a Helena?  O que vai acontecer?

- O doutor Ivo vai representá-la o melhor que souber e puder.
Queria saber o que tu achas dela continuar aqui?

- Por mim tudo bem.  Não me parece bem mandá-la embora, agora.

- Como reagiu a outra?

- Xingou todo o mundo.  Soquei-a na cara e Helena também lhe bateu.

- Na frente da polícia?  Sabes que ela pode processar-vos.

- E daí?  Que processe, mas eu tinha que lhe bater.  A idiota nem se tocou que a criança era a boneca tal era a ganância.

- E o outro envolvido?

- Não fiquei para saber quem era. 
Quando soquei a Marta, a polícia retirou-me do local mais a Helena.

- Espero que ela apodreça na prisão.

- Eu também.   Estou perdoado?

- Não.   Chega pra lá que estás de castigo.  Não estou boa contigo,  não!

- Agora temos que esperar o julgamento e todo o processo.

- Eu quero sair daqui uns tempos.  Será que consegues  antecipar as tuas férias?

- Tu consegues?

- Acho que não é difícil.  Esta época ninguém faz férias, então creio que consigo.

- Vou ver lá no banco.  Quando pretendes ir e para onde?

- Não precisamos sair do País.   Eu contento-me com uma praia e um pouco de montanha.  Levamos a tua mãe e as crianças e vamos descansar desta aceleração toda.

- Eu vou ver um sitio bem legal, mas agora já posso ter um beijo?  Não tenho um beijo teu desde ontem à noite.

- Mentira.  Hoje cedo eu beijei-te antes de sair.

- Esse não conta.  Eu não vi.

Rodolffo tomou Juliette nos braços e logo estavam unidos num beijo apaixonado esquecendo-se que tinham plateia.

- A mamãe e o papai são namorados. - Valentina batia palmas e saltitava.

Juliette encostou a cabeça no peito de Rodolffo e sorria com o entusiasmo da filha.

- É verdade, minha menina.   Tu gostas que eu seja namorado da mamãe?

- Gosto.  Eu também vou ter um namorado?

Rodolffo não esperava que ela dissesse aquilo e olhou para Juliette.

- Vais sim, meu amor. - respondeu Juliette já que Rodolffo ficou sem palavras.

- Lá para os 40 - disse ele baixinho.  Juliette deu uma gargalhada e uma palmada no braço dele.

- Espera sentado, Rodolffo!  Esta vai dar dores de cabeça.  É precoce em tudo.

Eles continuavam abraçados e Valentina veio juntar-se ao abraço.  Os pais deram-lhe um beijo no rosto e puseram-a no meio dos dois.  A outra, Camila, dormia o sono dos justos ali ao lado.

Deixa-me cantar à LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora