Rodolffo chegou ainda antes da hora marcada. Estava muito ansioso e não queria esperar.
Nervoso apertou a campainha da porta dela e logo ouviu passos vindos do interior.
- Entra. Aqui não somos médica e bancário. Aqui somos Juliette e Rodolffo. - disse prontamente ela já notando o nervosismo dele, chamando-o para um abraço.
- Eu concordo, Juliette. - Rodolffo abriu os braços musculados e fechou Juliette entre eles.
- Trouxe vinho e, toma. - entregou-lhe o buquê de flores.
- Obrigada. Não posso beber ainda por causa da amamentação, mas as flores são lindas e cheirosas.
- Desculpa. Que mico. Porque não me toquei que não podias beber?
- Não faz mal. Num próximo jantar quem sabe.
Rodolffo ficou satisfeito ao ouvir ela
falar de uma próxima vez. Sinal que tinha chance de dar certo o assunto que o trazia cá.
Olhou em volta e reparou que a casa dela, não sendo muito grande, era muito acolhedora. Não havia muitos móveis, mas tudo apresentava o maior bom gosto. Desde o simples tapete ao objecto de decoração ali num pequeno nicho, tudo tinha ar de ter sido muito bem escolhido.
- Não repares na simplicidade da casa. Deves estar habituado a coisas mais sofisticadas. Anda vou mostrar-te o resto.
Além da sala de jantar e sala de estar a casa possuía apenas dois quartos que Juliette transformou em apenas um.
A parte dela era toda decorada em tons brancos e cinza e o quarto do bébé em tons brancoe azul muito a puxar o cinza também.
Um porta retrato repousava na mesinha de cabeceira dela. Nele estava ela com o seu bébé acabado de nascer. Juliette fez questão de pegar nele e mostrá-lo a Rodolffo.
- O meu Filipe é lindo. - disse ela num tom bastante calmo.
- Muito. - respondeu ele um pouco comovido por tamanha maturidade da parte dela.
Porque mantiveste o quarto?
- Não sei. Fui adiando e até hoje ele está assim.
- Isso não te magoa? Quer dizer, olhar para as coisas dele?
- Não. Traz-me paz. É aqui que eu me reencontro comigo, nos momentos em que o trabalho no hospital não corre tão bem. O facto de estar habituada a que nem sempre a gravidez corre bem, ajudou-me a superar e depois veio a Valentina.
- Foi por isso que eu fiz a proposta. Ninguém será melhor mãe que tu.
- Vamos jantar e conversar sobre isso. Não sei se o jantar é do teu agrado. Abre o vinho.
- Não. Se tu não bebes, eu também não preciso. Bebo o que tu beberes.
O jantar decorreu animado. Os dois parecia que já se conheciam há muito e o diálogo era muito animado. Juliette quis saber um pouco da vida dele e ele também. O assunto Valentina havia ficado de lado.
Juliette fez café e decidiu que iam tomá-lo na varandinha anexa à sala de estar. Estava uma noite muito agradável para respirar o ar da rua.
- Aqui é que eu gosto de ficar à noite.
Gosto de cantar tendo a lua como plateia. A sorte é que deste lado não tenho vizinhos.
- É muito agradável este espaço. Tu cantas? Será que posso ser agraciado com uma canção?
- Hoje não. Eu cantava para o meu bébé.
- E vais cantar muito para a Valentina, tenho certeza.
- A Valentina, é verdade. Foi ela que nos trouxe até aqui.
- Como partilharemos a guarda? Eu tenho uma sugestão. - disse Rodolffo enquanto pousava a xícara do café e dava um gole no whisky que ela lhe ofereceu.
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Deixa-me cantar à Lua
FanfictionA lua. Sempre ela. Grande, linda, sempre lá no alto acolhendo tanto is enamorados, como os tristes solitários. Por isso eu canto para ela.
