- Porque é que não o denunciou?
- Ele controla tudo. Eu não tenho acesso nem ao meu telefone nem ao meu cartão de crédito.
- Não tem família?
- Moram no interior. Não tenho como contactá-los.
- Como é que se envolveu com um tipo destes?
- Ele não era assim. Ficou agressivo quando soube da gravidez.
- Tal como fez comigo quando eu engravidei. - disse Juliette entrando naquele momento.
- A doutora engravidou dele?
- Sim, mas eu não deixei que ele mandasse em mim. Separámo-nos e eu tive o meu filho sózinha. Infelizmente não sobreviveu, mas nunca me arrependi de o ter.
- Eu também quero o meu bébé, mas sei que se ele me apanhar, não vai deixar ele nascer.
Uma enfermeira veio avisar que Silvestre estava agitado na sala de espera e provocando algum tumulto.
- A Laura quer apresentar queixa?
Nós podemos ajudá-la.- Quero, mas não tenho para onde ir, não tenho nada.
- Fale com a sua família. Talvez alguém a ajude. Pode usar o meu telefone.
Laura ligou para os pais que ficaram felizes por terem notícias da filha. Pediram para ela regressar imediatamente e que teria o apoio necessário.
- Pai, eu estou grávida.
- Volta, minha filha. Nunca aqui te faltou nada e nada faltará ao meu neto.
- Eu vou voltar, pai.
A esta hora já Silvestre era conduzido à delegacia por causa do tumulto causado na sala de espera. Laura foi observada e constatando que estava tudo bem, apresentou queixa na policia do hospital que enviou um agente para a acompanhar até casa, recolher algumas roupas e seguir para a rodoviária onde ele ficou até ela partir.
Juliette foi quem lhe deu algum dinheiro para a viagem. Laura agradeceu e prometeu retribuir. Foi aconselhada a cancelar o cartão bancário assim que pudesse.
- Tens noção que estás em perigo, Ju?
- Tenho, mas não podia deixar que mais uma vez ele se safasse. É a segunda queixa que eu apresento contra ele, mas eu sei o quanto estes processos demoram e por vezes não dão em nada. O meu único medo é cruzar-me com ele sozinha ou com os meus filhos na rua.
À noite, Juliette contou o episódio a Rodolffo. Também ele deveria ficar alerta.
Apreensivo quanto ao assunto, no entanto ele deu-lhe o seu apoio e disse que ele faria exactamente o mesmo.No dia seguinte Juliette estava de folga. Dona Elsa veio chamá-la. As notícias davam conta de tiroteio no hospital onde trabalhava. Ela veio até à cozinha inteirar-se do sucedido.
Silvestre foi solto e de regresso a casa e constactar que Laura tinha levado a roupa, pegou numa arma e dirigiu-se ao hospital.
Ali chegando tentou entrar na maternidade, mas foi impedido pela segurança. Sacou da arma e ameaçou a segurança. Uma jovem vinha a sair e ele segurou-a transformando-a em escudo e ameaçando matá-la.
Um policial num ponto estratégico não exitou e disparou um tiro certeiro que o fez cair e largar a jovem.
Juliette respirou aliviada e desligou a TV. É pena uma pessoa chegar a este estado de loucura, mas não havia nada a fazer.
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Deixa-me cantar à Lua
FanfictionA lua. Sempre ela. Grande, linda, sempre lá no alto acolhendo tanto is enamorados, como os tristes solitários. Por isso eu canto para ela.