Cap. XXIV

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Rodolffo e Helena regressaram horas depois após prestarem declarações e ouvirem as explicações do policial designado para anotar tudo.

Helena fez a denúncia contra Marta e sobre a chantagem ficou a saber que o homem afinal tinha morrido  com uma faca cravada no peito,  assim mostrava o resultado de autópsia.   O processo apesar de todo o tempo decorrido ainda não estava concluído.

- Eu disse que não estava morto quando o deixámos e Marta voltou atrás para verificar.  Voltou para junto de mim e disse que estava bem morto

A polícia anotou este e outros pormenores.  Pediu os números de telefone das duas.  Estariam sob escuta a partir de agora.

O ambiente em casa estava tenso.  Rodolffo não sabia o que fazer em relação a Helena.  Despedí-la era um tiro no escuro.  Marta podia perceber e ser violenta.

Os policiais sugeriram que tudo ficasse como até ali.  Só assim poderiam ter sucesso. Helena deveria continuar a agir como se nada tivesse acontecido.  Rodolffo não confiava mais.

Ao deparar-se com Juliette em casa decidiu ir até ao banco e pedir 3 semanas de licença.  Pretendia vigiar as filhas 24 horas por dia até o assunto estar resolvido.

Regressou e subiu para o quarto com Juliette.  Helena tinha sido dispensada o resto do dia.

- O que fazemos,  Rodolffo?

- Vamos agir normalmente,  mas eu não vou trabalhar durante um período.  A Helena fica apenas com a faxina da casa.  Não a quero junto às meninas.  Eu tinha razão quando disse que havia algo nela.

- Não era melhor que fosse embora?

- A polícia não aconselha. Quer apanhar a Marta e o comprador em flagrante.

- Eu não vou deixar a minha filha servir de isco?

- A policia e o Advogado do banco vão falar comigo novamente amanhã.   Estou exausto. Vou tomar um duche.

- Vou descer e preparar algo para comeres e depois vais descansar.  Foi um dia muito intenso para todos.

Rodolffo estava deitado.  Abraçou Juliette e algumas lágrimas surgiram no seu rosto.  Juliette limpou-as com o polegar e depositou um beijo nos seus lábios.

- Fica aqui comigo um pouco.

Camila dormia ali ao lado.  Juliette deitou-se e abraçou o marido entrelaçando os dedos no seu cabelo. Não tardou muito para que ele adormecesse e ela ficou ali a velar o sono dele.

Não era um sono sereno.  Rodolffo mexeu-se várias vezes gesticulando e falando coisas imperceptíveis.  Ela puxou-o para o peito.  Ele passou o braço sobre a cintura dela e aos poucos foi acalmando.

Camila acordou algum tempo depois e Juliette com jeitinho livrou-se dos braços de Rodolffo para atender a filha e evitar que ele acordasse.

Pegou nela e desceu para junto de Elsa e Valentina que viam desenhos na TV.


Deixa-me cantar à LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora