Cap. XV

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Entrámos no restaurante e logo fomos conduzidos a uma mesa.  Eu disse ao Rodolffo que ia ao banheiro  mas disfarçadamente fui falar com o chefe e entregar-lhe um envelope que deveria acompanhar a sobremesa dele.

Voltei para a mesa disfarçando o nervosismo e ele nem percebeu.

Rodolffo pediu um risoto de camarão e eu pedi esparguete carbonara que me estava a apetecer muito.

Ele pediu vinho, mas eu optei por àgua.  Rodolffo olhou para mim com dúvidas quanto à bebida.

- Hoje não acordei muito bem disposta.   Agora estou melhor por isso vou ficar na àgua.

- Tens que ver isso.  A minha mãe disse que não comeste nada.

- Comigo o lanche todo que ela me mandou e a fruta também.  Logo cedo é que não me apeteceu.

- E qual é a notícia que tens para me dar?

- Vamos comer primeiro e depois já conversamos.

- Tu sabes que eu sou ansioso,  Ju.  Desde a hora que me telefonaste que não parei de pensar no que seja.

- E a que conclusão chegaste?

- Nenhuma.  Sou péssimo de adivinhação.

Chegaram os pratos e Juliette logo enfiou uma garfada de esparguete na boca.

- Uhmmm!  Que delícia.  Eu adoro massas.  Como está o teu?  Deixa provar.

Ela foi enfiando o garfo no meu prato e provou o risoto.

- A massa é melhor.

- Então come.  Eu gosto mais do meu.

Eu comia devagar e foi preciso adverti-la para que fizesse o mesmo ou poderia passar mal.  Não resultou.  Num instante ela devorou o prato de massa.
No final ficou a lamber os lábios. Olhar para ela naquele preparo provocava em mim tal sensação que podia possuí-la ali mesmo não fosse o meu bom senso.

- Juliette,  comporta-te.  Olha aqui. - Rodolffo que estava ao lado dela segurou na mão dela e levou-a até às suas pernas para que ela sentisse a rigidez do seu membro.  Ela meia moleca ainda deu um apertão uma vez que estavam cobertos pela enorme toalha.

- Não faças isso ou vais ter que pagar.

- Logo à noite eu pago.  Vamos pedir sobremesa?

- Eu não quero.

- Ah não.   Eu quero morangos e tiramissu.  Eu peço os morangos para mim e o tiramissu para ti.

- Mas tu é que queres os dois!

- Fica mal eu pedir os dois para mim.
Vá lá, Rodolffo.

- Está bem.  O que eu  não faço para te agradar?

Rodolffo fez o pedido e pouco depois chegava uma taça de morangos e uma cloche com o tiramissu.  O garçon entregou um envelope a Rodolffo que deveria ler o conteúdo antes de levantar a cloche.

Ele olhou para Juliette que sorria.

- Lê, amor.

Rodolffo desdobrou a folha de papel escrita à mão e leu só para ele.

Amor

Deixa-me cantar à LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora