Era uma noite fria de inverno quando Sophia Johnson, uma jovem negra de 20 anos, descobriu a verdadeira identidade de sua família. Ela sempre soube que era diferente das outras crianças, criada como empregada na mansão dos Johnson e tratada com desp...
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Pov Alice Ferreira
Eu me vi na mesma lanchonete, onde eu ia com a minha mãe.Será que eu estava sonhando ? O chocolate quente finalmente chegou à minha mesa, fumegante e reconfortante, mas meu olhar estava longe da bebida. A melodia de "Mi Vestido Azul" ecoava na minha mente, e eu me pegava cantando suavemente, como se a música estivesse fazendo parte de um sonho que eu não queria despertar. A garçonete, uma mulher de sorriso caloroso, me lançou um olhar cúmplice quando ouviu minha voz sussurrante.
Com o coração leve e os pensamentos soltos, deixei a lanchonete e caminhei para a calçada. A chuva caía fina, mas a dança dos pingos no chão e o brilho das luzes refletidas me davam uma sensação mágica, como se eu estivesse em um clipe musical. Comecei a cantar mais alto, permitindo que cada nota levasse um pouco da saudade que sentia.
Mas, como em um instante congelado, esbarrei em alguém. O impacto foi leve, mas o mundo ao meu redor pareceu parar por um breve segundo. Olhei para trás e, mesmo de costas, reconheci aquele cabelo negro e a altura familiar. Meu coração disparou. Poderia ser Ethan? Um sorriso automático brotou em meus lábios, mas logo ele foi envolto por uma onda de realidade: não, era impossível. Ethan não estava ali.
Desviei o olhar, forçando um suspiro de desapontamento, e continuei a andar. Mas, para minha surpresa, o jovem se virou. O coração pareceu querer pular do peito quando seus olhos encontraram os meus. Era ele. Ethan. Aquele que havia habitado todos os meus sonhos mais bonitos, agora estava ali, diante de mim, como se tivesse saído de uma cena mágica.
A chuva continuava a cair, e mesmo com o guarda-chuva sobre minha cabeça, a imagem das pessoas ao nosso redor, casais entrelaçados e rindo sob a chuva, fez uma pontada de solidão percorrer meu peito. Mas ali estava Ethan, e o mundo parecia ter apenas ele e eu.
- Sophia? - sua voz, profunda e suave, cortou o ruído da chuva, e meu nome soou como uma melodia familiar.
Tentei encontrar palavras, mas tudo o que consegui foi um assentir tímido, como se as sílabas estivessem grudadas na minha língua. Ele estava tão perto e, ao mesmo tempo, tão longe, como um sonho que poderia escorregar entre os dedos a qualquer momento. A música que ainda soava na minha mente parecia agora um convite.
- Você ainda canta a música da Floricienta? - ele perguntou, com um sorriso que iluminou seu rosto. Eu poderia me perder naquele sorriso.
- Sempre que posso - respondi, a coragem começando a tomar forma dentro de mim. - É... bom relembrar.
E assim, sob a chuva que insistia em escorrer sobre nós, encontramos nosso pequeno momento, uma crônica de reencontro, enquanto o ritmo das nossas vidas parecia, por um momento, sincronizar. ... Senti algo gelado se espalhando pelo meu peito, como se a vida estivesse me deixando lentamente. Abrindo os olhos com dificuldade, as sombras do desmaio começaram a se dissipar e a luz ofuscante do meu quarto me atingiu,eu havia reconhecido por ver o sobretudo nas costas da cadeira na penteadeira de John que havia conhecido ontem .Diante de mim estava , o médico da família, com seu estetoscópio preso ao pescoço. Ele ouvia as batidas do meu coração, sua expressão era de preocupação.