Era uma noite fria de inverno quando Sophia Johnson, uma jovem negra de 20 anos, descobriu a verdadeira identidade de sua família. Ela sempre soube que era diferente das outras crianças, criada como empregada na mansão dos Johnson e tratada com desp...
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Sophia
Eu estava envolta pelos braços de James, aqueles braços fortes que me faziam sentir tão segura, como se nada no mundo pudesse me atingir. A raiva que me consumia momentos antes, quando ele apareceu e interrompeu minha tentativa de contar a verdade a Ethan, desapareceu como fumaça ao vento. O cheiro dele, amadeirado e intenso, misturado ao calor de seu corpo, era quase reconfortante. Podia sentir o coração dele bater firme contra o meu ouvido, enquanto minha cabeça estava encostada em seu peito.
— Sophia, como você suporta toda essa humilhação? — A voz de James soou grave, cheia de uma preocupação genuína que me fez tremer por dentro.
— Eu não sei, James... — Respondi, inclinando a cabeça para olhá-lo. Seus olhos, normalmente tão impenetráveis, pareciam carregados de emoções conflitantes. Então, ele ergueu uma mão e a pousou suavemente em meu rosto, e por um momento, o mundo se desfez ao nosso redor.
— Esse sujeito... eu tenho vontade de quebrá-lo todo. Ele não tem direito de lhe dizer todas aquelas coisas. — As palavras de James eram carregadas de um fervor que me fez querer acreditar que ele realmente se importava. Não apenas por conta de nosso acordo, mas por algo mais profundo, algo que ele estava lutando para não admitir.
— Eu já estou acostumada com ele, James. É a realidade que eu vivo. — Tentei soar resignada, mas havia uma parte de mim que desejava que as coisas fossem diferentes, que alguém como James pudesse realmente me proteger de toda aquela dor.
Ele apertou os lábios, visivelmente descontente com minha resposta. — Mas isso vai mudar. Quando nos casarmos, todos nesta cidade, inclusive ele, terão que suportar que você será uma Sra. Campbell.
As palavras dele soaram tão convictas, tão verdadeiras, que por um instante, meu coração acelerou com uma esperança boba, uma fantasia que eu sabia que não deveria alimentar. Seria tão fácil acreditar que ele estava realmente apaixonado por mim, que esse casamento de fachada poderia se transformar em algo real. Mas não passava de uma ilusão... ou será que não?
— Eu preciso ver a Luna, se ela já acordou — disse, tentando desviar meu foco do turbilhão de emoções que James estava despertando em mim.
— Você vai, mas antes lave o rosto. Não quero que chore pelo que o senhor Johnson te disse. Mal sabe ele o que o espera — falou de um jeito que me deixou confusa, mas não questionei. Havia algo na maneira como ele disse isso, um tom de promessa velada, que me fez acreditar que ele realmente faria algo para mudar minha vida.
Eu o agradeci com um simples gesto e, impulsivamente, dei um beijo em seu rosto. Toquei sua barba áspera, sentindo a textura contra meus dedos, e para minha surpresa, gostei da sensação. O elevador ainda estava ocupado, então esperei ao lado dele, um sorriso involuntário surgindo nos meus lábios. Quando a porta finalmente se abriu, dei de cara com Beatrice e a Sra. Amélie, a mãe dela.
— Essa não, mamãe... a empregadinha — Beatrice murmurou com desprezo. Eu entrei no elevador sem dar importância às provocações, mas não pude evitar de ouvir a conversa delas.