Era uma noite fria de inverno quando Sophia Johnson, uma jovem negra de 20 anos, descobriu a verdadeira identidade de sua família. Ela sempre soube que era diferente das outras crianças, criada como empregada na mansão dos Johnson e tratada com desp...
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Sophia
Tudo que fiz no resto do dia foi me trancar no velho quartinho dos fundos, após toda aquela confusão. Principalmente, depois da minha briga com Ethan, que me machucou demais. Envolvi-me na coberta e peguei uma das fotos que tinha com ele. Na verdade, era a nossa última foto, antes dele partir para Londres.
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Aperto algo contra meu peito, lembrando-me da nossa última conversa e como tudo mudou. Nossa amizade nunca mais seria a mesma.
— Vem logo, Ethan... — Puxei meu melhor amigo, por quem eu também era completamente apaixonada.
— Sophia, só você e suas maluquices. O que quer tanto me mostrar? — Ele me indagou enquanto eu o puxava pela mão. Levei-o para a sala de visitas, ciente do risco de levar uma bronca da minha tia Maria e do senhor Johnson. — Espera um pouco — disse, colocando-me à sua frente. — Só me promete que não vai achar muito brega, tá legal?
— Sophia, tudo que vem de você me encanta — Ele acariciou meu rosto, e eu gostei de sentir a sensação da sua mão quente na minha pele.
— Não vai ter graça se não for da maneira tradicional. — Dei a volta por trás dele e tampei seus olhos com meus dedos. — Espero que goste da surpresa, Ethan — sussurrei, sabendo que ele pegaria um voo para Londres na manhã de sábado, indo com Beatrice para a faculdade de Harvard. Ao entrarmos na sala, tirei as mãos de seus olhos. — Pode abrir.
Ethan olhou ao redor e viu o pequeno piquenique que eu havia preparado: seu bolo favorito, refrigerante e algumas de nossas fotos de infância penduradas em um pequeno varal de barbantes.
— Resolvi fazer algo simbólico antes de você ir para Londres e me deixar — falei timidamente. Ethan me abraçou forte.
— Ah, Sophia, só você para me fazer sentir especial — Ouvi sua voz embargada e baixa ao meu ouvido. Choramos um pouco ali, porque nossa despedida já estava sendo dolorosa. Ele finalmente faria a faculdade de medicina, seus pais tinham acabado de se separar, e ele ficaria em Londres com a mãe. Mas antes que pudéssemos saborear as guloseimas que eu havia preparado, ele pegou uma câmera instantânea.
— Não podemos deixar esse momento passar, Sophia — Ele tirou uma foto com a câmera, que revelava a imagem na hora. — Faça uma pose bem sexy, Sophia... 1... 2... 3... click.
...
Fim do flashback. Abro os olhos, ainda avermelhados pela tristeza da minha briga com Ethan. E, como se não bastasse, estava envergonhada pelo que havia feito, agindo impulsivamente ao beijar aquele homem alto e másculo. Eu nunca havia beijado na vida, e não foi o beijo que um dia sonhei ter com Ethan, mas gostei da experiência. Seus lábios eram macios, mesmo com a barba pinicando, e era bom sentir sua língua contornar a minha. Tive medo que ele zombasse de mim ou contasse ao senhor Johnson, meu pai, sobre a história do noivado ser uma fachada.
Ouço uma batida na porta.
— Entre... — Joana adentra, segurando uma bandeja, e abre um meio sorriso.
— Querida, notei que você está um pouco nervosa e pálida novamente.
— Joana, vem aqui... — Acenei para ela, que colocou a bandeja na mesinha de apoio e se sentou na beirada da cama. Deitei-me em seu colo. — Tudo que eu preciso agora é do seu carinho...
— Sophia, o que está acontecendo? — Ela me indagou.
— Eu vou te contar...
— É sobre aquele moço bonito que veio aqui agora há pouco?
— James... — Sussurrei.
— Você o conhece? — Ela perguntou.
— Nos conhecemos ontem. Ainda não tive coragem de pesquisar nada sobre o passado dele, porque tanta coisa aconteceu...
— Hum... é o seu pai novamente? O que ele te fez? — Joana começou a fazer cafuné em meus cabelos.
— Como sempre, me humilha só pelo fato de eu existir. E, por eu ter saído hoje pela manhã, ele me manteria trancada como castigo.
— Querida, confesso que meu coração saiu pela boca. Tentei te alertar, ligar para você, mas não consegui. E sem contar que a Frida ficou em cima de mim depois que ganhou o cargo de governanta.
— Ela se gabou quando eu cheguei. Só então entendi como ela ganhou o cargo; ela não cansa de me vigiar e me delatar para o meu pai. E me dói ganhar seu desprezo.
— Eu sei... Mas se não fosse aquele homem tão bonito, você poderia estar em maus lençóis.
— Sim, estaríamos perdidas, Joana. Mas o John, quer dizer, o James é um homem muito cavalheiro e bom — Falei, fixando meu olhar no sobretudo que ele havia me dado ontem, que ainda tinha sua fragrância masculina. — Querida, você está gostando desse moço?
— Claro que não, Joana. Eu apenas estou comovida com seu cavalheirismo, que por causa dele me livrou de ficar trancada aqui, e sem contar que o senhor Johnson não veio atrás de mim.
— Isso é verdade. Ele saiu furioso da mansão, parecia que iria atrás da esposa e da filha no SPA.
— Hum... — Tentei disfarçar, pois não tive coragem de contar a ela que estava noiva. Alias, eu nem mesmo sabia o que estava acontecendo. Inclinei-me e sentei ao seu lado, encostando a cabeça em seu ombro. — Ouvi dizer que esse moço, James Campbell, mora bem no alto das montanhas, numa propriedade bilionária, e que ele tem muitas propriedades.
— Como a senhora soube disso?
— Por uma das empregadas, sabe como elas são. E pelo que entendi, ele é um homem muito desejado pelas mulheres de todas as classes sociais.
— Eu vou ligar a televisão, Joana... hum... Porque conheço esse olhar; você quer descobrir se achei ele mais bonito que o Ethan?
— Você tem que tirar o Ethan da sua mente, querida. Às vezes, o amor da sua vida pode estar bem diante de você.
— Joana... o James é só um amigo. Eu não tenho interesse romântico nele, e sem contar que não sou rica.
— Tecnicamente, você é rica e dona desta mansão. Só que o senhor Johnson ainda não enxergou a filha maravilhosa que teve nesses vinte anos.
— Só você sabia... — Peguei o controle da televisão e ao ligá-la, estava passando um plantão de um acidente de carro. — Olha, Joana... um acidente. Você não disse que o James mora nessa região?
— Sim... — Meu coração gelou. Eu não suportaria que ele sofresse um acidente por minha culpa. Peguei meu celular e liguei para ele, sentindo-me aliviada ao ouvir sua voz do outro lado da linha.