18 | the pub

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O homem se levantou e começou a andar em nossa direção. Todos a sua volta pararam o que estavam fazendo e focaram nele, alguns cochichavam alguma coisa baixo o suficiente para que ele não pudesse ouvir, outro se afastavam deixando seu caminho livre. Caminhando até nós junto dos seguranças, percebi que ele andava com certa dificuldade, quase mancando. Noto sua aparência também, sendo a personificação daqueles mafiosos velhos de filmes de ação - o que provavelmente é - seu terno escuro brilha, parece ter acabado de sair da loja, nos olhos, usa um óculos escuro e na boca, traga um charuto.

— Parece que veio sozinho essa noite. — AJ comenta.

— Parece que sim. — Evans o responde e todos se levantam logo quando percebem que ele está se aproximando, inclusive Zach que me puxa para fazer o mesmo.

O homem para e encara todos em silêncio, por um tempo. A música ao fundo era animada, mas nada seria capaz de aliviar a tensão aqui.

— Olá,  garotos. — Um sorriso maléfico apareceu entre o tabaco preso aos dentes quase amarelos.
Todos responderam com "boa noite" em resmungo. Então, o velho pareceu ter encontrado o que - ou quem procurava. Seus olhos ficaram postos em Zach por um bom tempo.

— Z. — Ele assente com a cabeça como um cumprimento.

— Chefe. — Z respondeu e eu fiquei em choque.

Como assim Zach White tem um chefe?

Me tremi com a expressão do homem quando seus olhos mudaram de direção encontrando os meus. Seu rosto se enrubesceu, sua boca ficou reprimida como se estivesse incomodado.

Seria capaz de existir alguém pior que Z? Esse alguém estaria agora a minha frente?

Coço a garganta e me colo em Z num ato de proteção ou como se estivesse me escondendo.

— Integrante nova? — Ele debocha.

— Não senhor. — Z responde. Ele não parece nervoso, mas com certeza não está tão a vontade e confortável como costuma estar. De qualquer forma, ouvi-lo dizer "senhor deixando claro que outro é maior que ele, chega a ser um pouco engraçado.

— Puta nova. — O mais velho ri e olha para os seguranças atrás que entendem na mesma hora que devem se juntar a ele também.

Segurando o charuto em meio aos dedos suspirou e voltou a me encarar., desceu seus olhos até os meus pés, depois voltou para o meu rosto lentamente, enfim, deu um passo pra frente.

— Deixe-me ver sua nova garota. — Fez um sinal com os dedos me chamando. Eu não queria me aproximar, num ato de impulso agarrei o pulso de Zach, senti que precisava de sua certeza, precisava saber o que tinha que fazer. O homem notou e sorriu. — Percebi que a treinou muito bem, mesmo assim, não acha que tenho direito de avalia-la?

— Claro. — Z afastou o pulso me fazendo soltar. — Vá. — Não houve grosseria, na verdade, ele cochichou como um incentivo, mas não quis ir, meus pés continuaram presos ao chão. Z se virou ficando de frente para mim, tampando a visão do velho, apertou levemente minha mão.

— Fique calma e vá. — Ele não piscou, então puxei ar pra dentro dos meus pulmões e comecei a andar até o homem. A cada passo sentia minhas pernas tremendo e meu coração batendo cada vez mais forte. Outra preocupação era minha vestimenta, curta e colada, torcia mentalmente pra ela não subisse tanto ao ponto dele poder ver minhas coxas.

Quando parei a sua frente ele me olhou de cima a baixo e levou suas mãos a cintura tirando uma arma dali tão rapidamente que me fez tremer de susto.

Ele me odiou e vai me matar na frente de todo mundo.

Sweet SyndromeOnde histórias criam vida. Descubra agora