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E não menti quando disse que iria atrás dela. Não seria burro e idiota de perder uma garota assim, uma raridade, uma garota virgem no meio de tantas outras já perdidas, corrompidas, usadas, sem nada a oferecer e no meio de tantas, a encontrei. Então, não, não a perderia de vista e fosse tirada de mim por algum motivo iria atrás, até o inferno, para busca-la.

Ela não respondeu, voltou a olhar para o teto e eu também. Tempo depois acordei com murmúrios, não entendi muito bem onde estava, mas quando meus olhos se acostumaram pude ver que continuava no quarto da garota. Peguei no sono, dormi aqui.

Estranho, mas não tenho tempo para raciocinar, ela está se tremendo do meu lado, de olhos fechados, como se estivesse falando com alguém que não está aqui.

Angel. — Me sento na cama e a chamo, não tenho resposta, então tento de novo com um grito e ela se levanta num susto.

Sua testa está molhada de suor, os olhos confusos e desesperados, estava tendo um pesadelo, com certeza. Mas, não quis me dizer. Ao invés disso me encheu de perguntas, mais uma vez.

Não consigo entender como pode ser tão corajosa, petulante e teimosa. E dessa vez passou dos limites, teve a audácia de me xingar. A mandei calar a boca, ainda fui paciente, mas pelo visto, um tiro no pé e ameaças não foram suficientes. Tentei evitar meu plano B para sua desobediência desde que chegou aqui. O quarto seria útil só em caso extremo. Costumava o usar quando uma garota tentava fugir, e depois de lá, trocava por uma nova que não me desse trabalho. Infelizmente, não posso me desfazer da escolhida tão fácil assim, tenho planos para ela. Mas, não significa que não posso brincar um pouco.

Surpreendentemente, tive algumas boas horas de sono, o que fazia tempo, agora, com energia e mais disposto do que nunca, seguro no seu braço sem dó, apertando o máximo para machuca-la e isso seria apenas o começo.

Deixo o melhor para o final, para mim. Agora para ela, com certeza o pior.

Depois de algumas chicotadas meu braço cansa. Ela está esticada na minha frente, pendurada com os pulsos fazendo um x, com eles prestes a ficar roxos de tanta pressão.

Busco minha faca preferida do painel, a mais brilhante, a mais afiada. A garota está ofegante, exausta, seu rosto está inchado de tanto chorar e solto um sorriso com isso. Sem avisar, sem demorar, enfio a faca no meio da sua coxa. O sangue escorrendo é prazeroso, sua dor é mais ainda. Sei que depois de solta-la, será uma nova garota, tem que ser.

Depois de deixa-la cair no chão, mando um dos meus seguranças leva-la para o quarto. Poderia deixar aqui, mas corri riscos quando o tiro no pé infeccionou, poderia ter perdido ela, dessa vez, deixo que fique em um lugar mais limpo. Não por mérito próprio.

Vou para meu quarto, limpo as mãos sujas de sangue e não consigo evitar o orgulho em ver a água pintada de vermelha descendo direto pelo ralo. Me encaro pelo espelho, meu rosto está diferente, eu sorria com a conquista, com o poder em ter o corpo dela e poder fazer o que quiser, com a lição que dei, com sua imagem postas a mim, indefesa, mas ele some quando noto minhas olheiras menores e mais fracas, quando noto minha visão melhor e falta da insuportável e insistente dor de cabeça cotidiana. Sei o porque disso, sei o que fiz de diferente. Com os braços apoiados na pia vejo meus pelos se arrepiarem, engulo seco com o incomodo e decido tomar um drinque para esquecer isso.

No meu bar, escolho o Bourbon de sempre. Dose dupla. Em meio a um gole ou outro, sentado na poltrona, penso em quando Steph veio aqui, quando desceu no meio das minhas pernas, quando desejei que fosse a escolhida em seu lugar. E ontem, tive o prazer de sentir sua boca pela primeira vez, lembro de fechar os olhos e me ver sentado como aquela noite, dessa vez ignorando a existência da loira que costumava a me satisfazer, imaginando a morena em seu lugar, a sentindo realmente, puxando seu cabelo como imaginei fazer, com ele molhado dentro da sua boca durante os movimentos certos, perfeitos, sem quase nenhum ensinamento.

Sweet SyndromeOnde histórias criam vida. Descubra agora