Me espreguiço na cama quando ouço um barulho. Minha mente implora para que eu mantenha os olhos fechados e retome o sonho tranquilo que fora interrompido, mas, rapidamente me lembro da madrugada e desperto. Meu braço é jogado para o lado automaticamente em um modo ligeiro de verificação enquanto o corpo se vira devagar. Bato em alguma coisa e vejo Zach a minha frente me encarando. Ele franze a sobrancelha sem entender o que acabei de fazer, pelo menos, espero que não entenda que na verdade estava conferindo se realmente estava aqui.— Bom dia. — Ele cumprimenta. Torço para não ficar vermelha. Desvio o rosto fingindo um bocejo que logo se torna real e longo. — Atrapalhei seu sono? — Me viro de volta.
— Não. — Passo as mãos nos olhos desejando limpar algum rastro de remela.
— Você quem me pediu para ficar. — Franzo a sobrancelha e o encaro. Não pedi.
— Você ficou. — Retruco e ele concorda, então entende e perde a postura.
Eu pedir algo a ele não significava nada, não deveria. Só respondi sua pergunta dizendo que queria, e ele não faria nada que somente eu dissesse, a menos que ele mesmo quisesse também. Zach não recebe ou obedece ordens ou pedidos, faz apenas o que quer.
Ele me encara sem resposta, sei que o peguei nessa. Então, só o observo enquanto finge - ou não - me analisar. Não faço ideia de que horas sejam, mas seus olhos estão inchados, deve ser cedo, considerando a hora que fomos dormir. Mas, nem mesmo isso, nem o cabelo bagunçado, a pouca barba engrenhada, o rosto amassado, o deixam feio. Seria impossível alguma coisa deixar, já cheguei a essa conclusão faz tempo. Ele se mexe e meu coração acelera ao sentir falta da blusa branca, vejo suas tatuagens a mostra junto do seu peito.
Ele dormiu ao meu lado sem blusa.
Em segundos, ele joga o edredom para o lado e se levanta da cama. Fico chocada.
Ele dormiu ao meu lado apenas de toalha.
Sei que peguei no sono primeiro que ele, não demorou muito. Então, poderia ter saído, ido ao seu quarto e pego roupas limpas, mas não, se deitou e ficou do mesmo jeito que saira do banheiro.
No silêncio, o observando, ouço apenas meu coração desesperado e me sinto ficar quente. Penso em algo para dizer.
"Dormiu bem", "Como você está?" "Essa toalha em algum momento se soltou do seu corpo durante seu sono, do meu lado?"
Me sento na cama e o vejo pegar suas roupas do banheiro. Ele veste a blusa branca, depois a calça sem a cueca.
— Vai trabalhar? — Pergunto e na mesma hora sinto vontade de engolir as palavras de volta. Pareço uma dona de casa vendo o homem que a sustenta partindo rapidamente. Ou pior, uma garota vendo um homem que não quer nada sério indo embora depois de uma noite confusa antes que ela peça seu telefone.
— Hoje não. — Pega seus sapatos e a cueca. — Peguei roupas novas. — Sigo seu olhar até a estante e percebo um pequeno monte de panos. — Tome banho, se troque, volto para te buscar em uma hora. — Eu assinto e ele sai.
Depois de andar até a lá, guardo metade das roupas na gaveta, são pijamas de cetim e seda, e claro, lingeries, mas o conjunto que sobra tem minha atenção. Pego o cardigan pesado em mãos, é marrom claro com botões escuros e uma calça da mesma cor o acompanha. Não consigo deixar de pensar na pantufa, são da mesma tonalidade. Olho para o canto do quarto, debaixo da janela e a encontro.
Essa roupa é diferente, é algo que eu teria em meu guarda roupa em minha antiga vida. Não consigo deixar de pensar que ele sabe disso, afinal, vai vir me buscar em uma hora e sei que quer que eu a use. Tenho aqui em mãos mais uma prova de seu período de stalker.
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Sweet Syndrome
Storie d'amoreLIVRO 1 | Duas realidades completamente opostas. Zach White é o próximo da linhagem a liderar um clã de mafiosos, a cada dia se sente mais que pronto pra isso, mas seu pai, um dos principais lideres, promete ficar em seu caminho e evitar que isso ac...