32 | monster

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Fecho a ultima pagina de mais um livro lido em algumas horas quando aperto os olhos e a porta se abre. Z não voltou até agora, entendi que teve que sair para uma missão, mesmo que tenha dito que hoje não teria que trabalhar, tenho motivos suficientes para acreditar que seu emprego não é como aqueles com horário ou datas fixas, mas como qualquer outro, se faltasse, teria problemas.
Minha mente viaja entre as linhas de "Frankestein" imaginado o que Zach deve estar fazendo, quais e como são suas missões, como deve ser a forma que trabalha e se em algum momento corre algum perigo. Mesmo assim, mergulho na historia o suficiente para buscar entender quem é o verdadeiro monstro em meio ao tudo isso.

O monstro criado ou quem o criou?

Quando chego ao fim do livro tenho a resposta, mas não vou muito além porque meu almoço está sendo entregue, e minha fome é imensa de doer a barriga.
O cheiro de frango repleto de molho com mostarda me atiçam me fazendo sentar na cama. Owen entra com uma bandeja pesada e cheia, a comida está escondida debaixo da louça brilhante de prata, mas sei que o famoso prato russo me espera, além de uma jarra de suco está ao lado e uma porção de batata palha está separada ao lado.

— Strogonoff!!! — Minha boca saliva e ele sorri. A velocidade com que levanto faz Owen mostrar os dentes. — Ao contrário do que pensa, não estou passando fome, mas esse é um dos meus pratos favoritos da vida.

— Eu imagino. — Ele passa por mim e deixa a bandeja na cama. — A senhorita não deve segurar, está pesada demais.

— Não diga. — Me viro e sento na cama ficando ao lado da comida.

— Espero que goste. — O encaro notando uma pequena falta de respeito em não lhe dar tanta atenção, nem mesmo o olhar antes de destampar a prata, mas Owen não saiu rapidamente como sempre fazia, então não o notei.

— Faz um tempo que não o vejo. — Comento tentando focar em Owen e não no cheiro do frango que parece invadir meu cérebro.

— Devido a circunstâncias, ele achou melhor revezar quem vem ao seu quarto. — Está pousado com as mãos para trás. Owen sempre é formal demais, mesmo sendo o chef da cozinha, age como o ajudante que não sabe muito e apenas serve a pessoas maiores. De algum modo, serve um alguém maior.

— Ah. — Sei do que ele fala. — As notícias voam na mansão do crime. — De cabeça baixa belisco uma batata palha e ouço segurar uma risada.

— Foi meio inevitável, você é o centro das atenções desde que chegou. — Ele dá de ombros, mas eu duvido um pouco.

— As pessoas parecem temer ele demais para pensar em outro alguém além do chefe. — Seu sorriso de lado é sútil, mas noto.

— Não o tememos, é diferente, na verdade, era para sermos familia, bom... pelo menos a maioria, agora fica um pouco difícil em saber em quem confiar.

— É... — Engulo seco tentando barrar a chegada das memórias daquele dia. Owen me encara por um momento, é uma troca quando ele abre a boca para dizer algo, mas a porta é aberta com força tirando nossa atenção.

— Saia do quarto. — Um segurança manda em alto e bom som, e com muita agressividade. O chef a minha frente pigarreia.

— Bom apetite, senhorita. — Força um sorriso reverenciando com a cabeça antes de acompanhar o segurança. — Ah, desculpe, esqueci de entregar o guardanapo.

Olho para suas mãos, ele segura um monte de papel macio. O segurança não tem tempo de segura-lo para confirmar a história, parece confiar nele mesmo que tenha que tomar os devidos cuidados, afinal, o que aconteceu parece ter sido uma novidade para todos, quem sabe mais quem estaria envolvido.
Fico aliviada de Z reforçar a segurança para me manter segura. Seu plano não pode ser morto, não agora.

Sweet SyndromeOnde histórias criam vida. Descubra agora