27 | promise

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Z

— Ficamos te esperando no Lonnet's. — Lewis entra no bar. Não me movo, continuo encarando os quadros horríveis que decoram a parede. Ele anda até mim, mas para quando nota a mancha de sangue no chão. — Tinha um carpete aqui, ou eu estou maluco?

— Tinha. Assim como eu também tinha uma funcionária.

— Você tem muit... espera. — O encaro. LH fica confuso por alguns segundos até entender. — Filha da puta. — Fica de boca aberta.

— Concordo, filha da puta.

— Você forçou ela a contar, não é? — Ele me dá as costas, pega um copo e se senta na poltrona a minha frente. Empurro a garrafa de whisky a sua direção, ele se serve.

— Com certeza. Estavam trabalhando juntos, era recente. — Debocho. — Basta eu virar as costas por três dias... covardes demais para me traírem olhando nos meus olhos.

— Não culpo ele. — LH bebe, fuzilo ele com olhar. — Eu to te zoando, porra. Sei que você pode me matar em dois segundos se eu falar que essa calça ta apertada demais para o seu rabo, mesmo assim falo. — Ele sorri e eu desvio olhar segurando a risada.

Filho da puta.

— De todos, espero não me enganar sobre você. — Dou um gole, seus ombros se levantam.

— Eu realmente não imaginei que ele fosse fazer algo assim, po, ser escroto e esquisito tudo bem, quem vai julgar? Mas, isso? Porra, traição do caralho.

— Teve o que mereceu.

— De qualquer forma, eu poderia ter notado alguma coisa.

— Eu vi todas as filmagens, desde a hora que eu sai. Os culpados já estão mortos. — Viro o restante da bebida.

— E agora? Sabe que as coisas vão piorar, vai chegar aos ouvidos podres do seu pai.

— Estou contando com isso.

— Sabe que te apoio na merda que for, eu poderia ter dado as costas assim que falou aquela palavra. — Ele finge ter dificuldade em falar. — "Escolhida." Mesmo assim, só... pensa, você tem a quem puxar, se é que me entende.

Paul é um fodido maluco da cabeça, eu sei, é meu pai. Me criou desde sempre, tudo o que sei aprendi principalmente com ele, o que vi, o que conheço, o que odeio, o que amo. Tudo por causa dele. Então, sei o que me esperar, assim como ele sabe com quem vai estar lidando, também.

— Velhos são impacientes, ele vai me dar o que quero uma hora ou outra.

— E então, o que acontece com garota? Já está óbvio que está sofrendo demais, vai joga-la no mar? — Ele enche o seu copo, depois o meu.

— Não. Ficarei com ela até pensar no que fazer. — O líquido continua caindo no vidro quando LH me encara tentando digerir minha frase.

— Você sempre sabe o que fazer. Não disse que tinha um plano?

— Sim. — Puxo o copo deixando pouco do álcool cair na mesa. — Mas, planos mudam.

Volto ao quarto da Andy, entro com calma e verifico se já está dormindo. Sua respiração está pesada, seus olhos fechados e a boca semiaberta. Ela está virada para a parede, aproveito seu sono profundo para deitar ao seu lado. Lentamente puxo o edredom e fico encarando o teto. Estou exausto, tomei um banho gelado, mas ainda sinto o efeito do álcool dominar minha mente. Três drinques foram o suficiente para que saísse de órbita, o que nunca acontecia. Costumo tomar três doses apenas para esquentar.

Sweet SyndromeOnde histórias criam vida. Descubra agora