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Andy está de refém em seus braços. Ele a segura com força enquanto aponta uma arma na sua cabeça. A raiva cresce e me domina por muitos motivos. Um, porque ela não me ouviu e não soube se esconder, dois, porque ele a tinha encontrado e três, se a matasse agora eu estaria completamente fodido.

— Larga ela. — Minha mira é boa, mas não o quão rápido ele pode ser. Victor solta uma risada abafada. Andy se remexe embaixo dele, lutando para livrar seu pescoço que está sendo comprimido. Está desesperada, com os olhos molhados por causa das lágrimas.

— E é fácil assim, White? É como acha que as coisas funcionam? — Estou quase quebrando a arma de tanta força que a aperto. Nunca tive autocontrole, reconheço isso, mas dessa vez, estou focado demais em não atirar, um pequeno movimento e eu poderia acerta-la num só ato de fúria e impulso. Tenho que evitar um único deslocamento do meu dedo. Consigo fazer isso.

— O que quer? — Pergunto. Posso tentar suborna-lo.

— Pensei que não fosse perguntar. — Ele finge pensar. — Sabe que quero a mercadoria, mas... — Com a arma, ele afasta uma mecha de cabelo que escondia uma parte do rosto da garota. — Achei outra coisa interessante também, então por cortesia, por ter me feito vir até aqui... levo a garota. — Ele assopra os fios que sobraram ali e deixa um beijo em na bochecha de Andy.

Ela aperta os olhos com o contato, está com nojo, medo, aperta seus braços com tanta força que daqui consigo ver sua pele pálida ficando vermelha como sangue. Os olhos estão vermelhos, sua boca cortada, o vestido que lhe dei não parece o mesmo, fora sujo e rasgado em alguns cantos, além disso, seus joelhos estão ralados e manchados de marrom. Percebo assim que ela se esforçou em se esconder, mas mesmo assim, ainda estamos aqui.

Tentei pensar em algum acordo, eu daria a mercadoria sem pensar duas vezes, mas entregar Andy nunca seria uma opção. A encaro, tentando sentir a dúvida, a desistência, mas nada acontece. Não vou entrega-la. E de cortesia, não levará a grana, por ter sugerido levar minha garota.
Quando me preparo para arriscar um tiro, outra solução aparece para mim.

Não fode.

Sinto ódio por ser ele, mas alivio em saber que ela sairá dos braços desse fodido.

Segurei um sorriso.

— Se não...? — Provoco já sabendo o fim desse desgraçado, então poderia brincar um pouco. Nada melhor do que um clima cômico antes de ver sangue escorrer, além disso., queria vê-lo se gabar antes de morrer.

— Se não? Eu atiro no seu novo brinquedinho... — Ele engatilha a arma. Consigo ver Andy implorar com os olhos.

— Ou eu atiro em você. — AJ que estava chegando por trás de Victor chega perto o suficiente.
Ele atira em sua cabeça sem pensar duas vezes. O corpo de Victor cai no chão, começa a derramar sangue e manchar o chão. Guardo a arma enquanto AJ confere se não há outros em volta.
Quando olho para Andy vejo que permanece imóvel, de olhos fechados. Ando depressa até ela. Pego em seus braços que estão duros e colados em seu corpo, ela finalmente me olha, seus olhos estão marejados e sua expressão é confusa, com certeza achou que tinha sido atingida pelo tiro, com certeza está um pouco surda.

— Tire ela daqui agora. — AJ grita enquanto pega itens de dentro da roupa de Victor.

Puxo a mão dela com força e a levo para o meu carro.

Ela não chora, não fala uma palavra, está quieta, pisca devagar e não se move, está em estado de choque. A chamo algumas vezes na tentativa de distrai-la, tirar do transe, tento acorda-la, mas ela parece não me escutar também
O tiro foi dado na cabeça do homem que estava praticamente colado a ela, levaria um tempo para o zumbido sumir.

Sweet SyndromeOnde histórias criam vida. Descubra agora