2 | mobster

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O homem se levantou, não fazia ideia do que responder, nem ao menos entendi o que ele quis dizer, eu não era nada dele, nem sequer sabia seu nome e agora estava aqui frente a frente com esse cara que diz ser meu dono.

— Foi mais difícil do que achei que seria. — Ele puxa uma cadeira que estava atrás do abajur e se senta. — Você e a Megan eram grudadas. Pensei que chegaria com ela.

Sinto enjoo em como diz no modo passado.

— O que fez com ela? — Pergunto.

— E achei que fosse esperta. Pulou um ano na escola, está na faculdade quando a maioria das garotas da sua idade estão terminando o ensino médio e não consegue ligar os pontos? Sangue e corpo no chão. Acha que ela está lá do lado de fora te esperando?

Tento segurar o choro, abaixo a cabeça pra que ele não veja.

— Porque fez isso com ela? Porque estou aqui?

— Está aqui porque infelizmente você cruzou meu caminho. — Eu tremo e ele sorri.

— Não fiz nada pra você, está me confundindo.

Ele chupa o dente negando.

— Jamais poderia confundir alguém como você, você é única.

— Não sou especial, não tem nada que eu possa fazer, não serei útil pra você, eu juro. — Não sei como consigo falar tanto, mas estou desesperada. Ele diz ter me encontrado, mas o que iria querer de mim? Uma estudante, sem emprego, sem qualquer histórico interessante além de cursos educacionais. Porque eu?

Minha cabeça está girando sem entender, sem conseguir pensar ou até mesmo respirar, me sinto tão confusa, desesperada, com medo. Só quero que isso acabe.

— Sabe... — Ele coça a barba. — Eu quase te coloquei naquele carro depois de ver que era diferente, mas tive que pensar com muita calma. — Ele bate com a arma na própria cabeça. — Só uma sumir? Especialmente ela? Não, não, não faria sentido. Eu tive que bancar o Serial Killer. — Ele sorri — O último, Jack, já tinha atuado há muito tempo naquela cidade, seria uma boa um fã maluco seguir seus passos, mesmo que estripar não seja meu estilo. Mas, só manteria o papel até conseguir a certa, você.

Franzo a sobrancelha, minha cabeça rodeia, me lembro do carro preto que vi, o mesmo de meses atrás. Tive a sensação de que estava me seguindo, mas deixei pra lá depois do que o guarda me disse, no fim, era ele.

— Você me seguiu. — Falei baixo enquanto meus olhos caiam em puro choque, admirando o chão, conectando os pontos.

— Minha garota inteligente. — O encaro e ele sorri. — Te segui sim, tive que fazer isso, se você sumisse o que eu iria fazer? Que razão eu teria pra continuar naquela cidade? Não podia te perder de vista e tudo estava indo tão bem comigo longe de tudo, não pensei em trabalho, pensei somente em você., você...

Esse cara é completamente louco. Como vim parar aqui?

— Poderia ser qualquer uma, mas foi você. Na verdade agradeça a Megan, aquela puta esbarrou em mim, se não fosse por ela eu nem teria te visto. Mas, ainda bem que eu vi. Quem diria que ela serviria pra alguma coisa não, é?

Meu coração acelera.

— Eu não vou ser útil pra você, me deixa, por favor.

— Vai ser sim, vou fazer ser e não há nada que possa fazer. — Ele se levanta e se aproxima de mim. Olho pra cima e vejo seu rosto me encarar. Ele não é velho, mas isso não importa, é mais forte que eu e está certo, não há nada que eu possa fazer.

Sweet SyndromeOnde histórias criam vida. Descubra agora