10° capítulo

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Cessei meus passos e cerrei os punhos olhando a garota andar cambaleando ao lado dele

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Cessei meus passos e cerrei os punhos olhando a garota andar cambaleando ao lado dele. Puta que pariu, como ela caiu nessa? Aceitar bebida assim? E eu não poderia chegar mais perto, nem pra tirar ela de perto dele, porque assim Rodrigo saberia de mim, apesar de não saber que sou da Cosa Nostra, eu poderia me tornar um “alvo”. Olhei para trás garantindo que não estava movimentado e fui voltei a caminhar perto do muro alto que havia na calçada, não era tão iluminado e ele não me veria, levei a mão até o cós da minha calça e segurei minha pistola. 

Rubi encostou no carro e cobriu o rosto, parei de andar e olhei para trás novamente. 

—Sai dai— Pedi baixo e voltei a andar quando ele conseguiu enfiar ela dentro do carro. 

Pra mim ficou claro que ele pretendia, além de sequestra-la, ele queria se aproveitar dela também. Isso era nojento, o motivo dele não ter levado ela para a Yacuza é que quer “aproveitar o produto” antes de entregar. Acelerei meus passos esperando ele entrar no carro e agradeci por sempre usar minha arma com silenciador.

Virei a arma na direção do pneu…a porta voltou a se abrir e ela saiu do carro tropeçando nos pés, ela devia ter um anjo da guarda muito bom. Rodrigo saiu do outro lado e tentou correr, mas parou quando um grupo de pessoas passou. Esperei ele entrar no carro e sai de escuridão, a mulher me olhou e piscou os olhos. 

— Ela tá bem?—A moça Indagou se aproximando junto dos amigos. 

O carro disparou e eu ajeitei ela nos meus braços para que não caísse. 

— Ela bebeu um pouco demais— A moça loira e de olhos azuis me olhou de cima a baixo e depois olhou para Rubi que lutava para se manter acordada.

— Quem é você? 

— Eu sou o namorado dela— Segurei ela em meus braços com mais cuidado, passando a mão por debaixo dos braços— Vou leva-la para casa obrigado!

— Você não pode sair com ela assim, não vou deixar você levar ela— Ela disse exaltada e eu arregalei os olhos— Vou ligar pra polícia. 

— Ei…eu sou o namorado dela, viemos aqui para curtir um pouco, mas ela bebeu muito…não vou fazer mal pra ela. 

Soltei um suspiro quando ela tirou o celular da bolsa e levou ao ouvido e eu revirei os olhos. Rubi iria me pagar por isso. Em pouco tempo, algumas outras pessoas se acomularam perto da gente e logo depois uma viatura da polícia apareceu. Nunca pensei, na minha vida, que meu primeiro contato com a polícia seria por acharem que eu estava me aproveitando com uma mulher. 

— Você vai conosco pra delegacia— Disse um policial. 

— Qual é? E como faço com ela? 

— Coloquei ela na viatura, parece ter sido dopada, até chegamos ela deve acorda— Concordei e passei pela mulher que agora tinha uma expressão relaxada. 

Depois de me foder! 

Coloquei Rubi na viatura e a morena já havia capotado, me sentei ao seu lado e passei a mão pelo cabelo. E ainda tinha minha arma. 

(...)

— Você conhece ela?—Indagou o delegado maldito, que mantinha uma postura como se fosse superior a mim. 

Por sorte, não fui revistado pois vim sem esforços então não descobriram minha arma. Enquanto isso estavam atendendo Rubi na enfermaria, parece que o Rodrigo lhe deu um boa noite cinderela, por sorte não era um remédio tão forte assim. 

— Somos namorados — Olhei para o tradutor que disse em português pra ele— Fomos na boate e ela bebeu muito. 

— Ela foi dopada— Passei a mão pela barba. 

— Talvez alguém tenha colocado algo na bebida dela, porque não foi eu — Falei e ele me observou por alguns instantes — Sou o namorado dela, não preciso fazer nada disso…

Uma mulher entrou na sala do delegado e falou algo para ele que sorriu e fez um gesto e depois disso Rubi entrou na sala e piscou um par de vezes ao me ver. Ela parecia desnorteada. Na máfia não tínhamos o costume de dopar pessoas, a gente parte logo pra agressão, mas eu entendia sobre esses medicamentos, provavelmente ele deu um remédio fraco para ela, talvez algo natural, que lhe causaria desmaio e assim ele conseguiria levar ela para sua casa com tranquilidade, mas que acordaria depois, mas não teria condições de uma briga. Que filho da puta! 

Rubi sentou na cadeira do meu lado e me olhou antes de voltar a atenção para o delegado. 

— A senhorita conhece ele?—Revirei os olhos e virei a cabeça na direção dela. 

— Conheço— Disse baixo e franziu a testa. 

— Você aceitou alguma bebida dele? Encontramos a senhorita desmaiada no colo dele. 

— Não—Fechou os olhos. 

— Ele disse que é seu namorado e que vocês saíram para beber. Mas a senhorita foi dopada. 

— Eu aceitei uma bebida na boate, acho que pode ter sido isso, não foi ele. 

— Tem certeza?—Ela balançou a cabeça em concordância e me olhou. 

— Tenho sim. 

—Vamos abrir uma investigação de toda forma…

— Eu não estou me sentindo bem…

— Você está liberada— Eu levantei e estendi a mão pra ela que aceitou. 

(...)

— Você pegou a minha bolsa?—Indagou parando num ponto de ônibus. 

— Deve ter ficado no carro do cara— Omiti que sabia o nome do infeliz, ela suspirou e sentou no banco. 

Me sentei do seu lado e olhei para frente vendo a pouca movimentação na rua, eram duas da manhã. 

— Não acredito que isso aconteceu— Disse baixo e eu olhei pra ela, que tinha os cotovelos apoiados mas perna, os cabelos estavam bagunçados cobrindo seu rosto.

— Vamos de Uber, você perdeu duas coisas…— Ela não respondeu, então eu entendi que aceitava. 

Sob O Poder Da Máfia - Livro 3 série "Cosa Nostra" Onde histórias criam vida. Descubra agora