11° capítulo

1.1K 125 29
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— Eu sabia— Bia disse enquanto colocava seu avental— Se eu não tivesse ido embora, não teria acontecido…

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


— Eu sabia— Bia disse enquanto colocava seu avental— Se eu não tivesse ido embora, não teria acontecido…

— Não foi sua culpa Bia— Prendi meus cabelos e parei em frente ao pequeno espelho me encarando. 

Eu não acho que o Rodrigo vira atrás de mim para dar alguma explicação, até porque nem tem, ele tentou me dopar e pronto. No sábado quando cheguei em casa de madrugada, Enzo me deixou e foi embora, eu fiquei tentando entender os motivos dele para ter feito o que fez, afinal, eu já estava indo por livre e espontânea vontade. Cheguei a conclusão que ele só é um homem podre que queria se aproveitar de mim e quero distância, espero que ele não apareça, eu faço um escandalo. 

— É quem te levou para casa depois foi o Enzo?—Ergueu a sobrancelha e eu concordei com a cabeça— Ele sim parece um homem gente boa Rubi. Já te ajudou duas vezes tadinho, e você dando confiança pro Rodrigo.

— Não vou ficar com o Enzo— Falei e passei por ela. 

—Ta bom, amiga— Disse simplista e percebi até mesmo um deboche.

Começamos o dia de trabalho com muitos clientes para atender, eu não ia me abalar, até porque não tinha tempo para isso. Tinha uma irmã pequena pra sustentar e não podia me dar ao luxo de ficar em casa com medo do que aconteceu. O melhor era realmente focar no trabalho e deixar que a polícia tentasse encontrar o Rodrigo. No horário do almoço almoçamos juntas por ali mesmo e depois voltamos ao trabalho. Encontrei um lugar em Curicica que eu poderia morar, o aluguel é mais ou menos o que pago lá em casa, mas tem tudo que eu e Maria precisamos, talvez seja uma boa possibilidade. Hoje eu paguei algumas contas e a única que a minha mãe paga, a de água, ela não pagou e eu precisei tirar das minhas economias pra pagar. No fim do dia eu cheguei dez minutos atrasadas pra buscar minha irmã na escola, a garota nem parecia mais estar com problema no estômago, estava pior do que nunca. Comfesso que estou um pouco assustada de andar na rua, mas sei que o Rodrigo não vira atrás de mim, deve saber que denuncie ele. 

— Você me lava na praia?—Indagou e eu olhei para os lados da rua me certificando que não tinha nenhum carro. 

— Quer ir na praia assim do nada?—Atravessamos e ela pensou antes de responder. 

— Quelo brincar na aleia— Disse e eu sorri entrando no mercado da nossa esquina. 

— Vamos ver um dia, sabia que essa semana tem feriado, talvez a gente vá— Peguei uma cestinha e a pilantrinha pegou outra, uma que dava para puxar. 

Peguei um pacote de macarrão e molho de tomate, faria almôndegas pra mim e pra pirralha. Virei a cabeça para o lado e vi ela legando todos, todos os biscoitos da prateleira e colocando dentro da cesta. 

— Pode botar tudo no lugar— Minha irmã fez um bico e me encarou— Vai levar só um— Ela voltou a guardar as coisas e eu peguei biscoitos  que ela gostava de comer, e que eu botava na mochila pra levar na mochila. 

— Pode pegar um iogurte?—Concordei e fui com ela até a parte de gelados, deixando que escolhesse. 

Sabia sempre o que ela ia querer, e não era tão caro, ela gostava do iogurte de morango e era esse que sempre pegava. 

Paguei por tudo, e o pouco deu cinquenta reais, fomos para casa e eu dei banho nela, e depois tomei o meu, dei uma arrumadinha em casa e fiz nosso jantar. Macarrão com almôndegas e molho vermelho, eu tinha uma irmã que amava um macarrão, ela gostava de todos os tipos. Maria estava uma fofura usando um pijama de calça e blusa de mangas vermelho com bolinhas brancas, os cabelos molhados penteados para trás, assim até a hora que ela fosse dormir, secava e amanhã eu prendia pra ir para a escola. Enquanto esperava a massa cozinhar peguei meu celular e franzi a testa clicando no ícone do direct, Enzo havia me mandando um oi na língua dele. Não sabia o que responder, o cara tinha me ajudado por duas vezes, eu era grata por isso, acho que ele tem algum interesse em mim, não é possível. Outra coisa, é muito louco que ele tenha me ajudado quando a minha irmã ficou doente, e no sábado na boate, era muito coincidência. Respondi perguntando se estava tudo bem, mas ele nem estava online veria só depois. 

Montei o prato da minha irmã e botei ela sentada na mesa pra comer, me sentei junta e dei a primeira garfada no macarrão e lhe encarei. 

—Ta totoso— Ela disse e eu concordei. 

Eu adorava quando nem minha mãe e nem o Sérgio apareciam, eram uma prévia de como seria minha vida e da Maria quando a gente tivesse a nossa casa e pudesse viver com tranquilidade. Eu sei que isso ia acontecer, a coisa que eu mais desejava na vida era ter tranquilidade. E eu iria ter! 

(...)

Virei a cabeça para o lado me certificando de que minha irmã já estava dormindo, ela ficava bem cansada e dormia com facilidade durante a semana, estudava integral então gastava toda a energia lá. Abri meu celular, evitava fazer isso quando chegava em casa, queria dar atenção pra ela, olhava depois que ela dormia. Rolei pro Direct e mordi o lábio ao ver que o Enzo tinha respondido e estava online. 

Enzo: Oi Rubi
Como está com tudo que aconteceu? 

Comecei a digitar e depois enviei a mensagem. 

Rubi: Estou bem. 
E só quero que ele pague pelo que fez

Enzo: Ele vai pagar, eu garanto. 

Demorei a responder, óbvio que ele estava falando que a justiça seria feita, o Rodrigo seria preso em algum momento, eu também tinha fé. 

Rubi: Obrigado. 
Pela ajuda com a minha irmã. 
E por me ajudar tambem. 

Enzo: Não precisa agradecer por isso. 

Rubi: Gostaria de poder retribuir. 
Mas você parece que já tem tudo rs. 

Enzo: Se aceitava sair comigo. 

Revirei os olhos e suspirei, não queria sair assim. Porque me sentiria na obrigação de ter que ficar com o cara que literalmente salvou a minha vida. 

Enzo: Somente sair. 
Quero te conhecer melhor 
Conversar, só isso. 

Rubi: Não é só isso. 

Enzo: Na verdade, eu queria fazer muitas coisas. 

Mas não faria isso se você não quisesse. 
Só quero te conhecer melhor, Rubi. 

Sorri de lado lendo mais de uma vez a mensagem e deixei o celular cair sobre meu peito. Bia tinha razão sobre o Rodrigo, e talvez também tivesse sobre o Enzo. Ele se mostrou super legal comigo, e poderia me dar uma experiência legal, mas eu não pretendia ficar com ele, mas talvez fosse uma boa companhia. 

Rubi: Quarta feira é feriado, quero levar a minha irmã na praia. 
Vc pode ir com a gente, se quiser é claro. 

Enzo: Qual praia? 

Rubi: Vamos para a praia do Arpoador. 

Enzo: Ok, eu te busco em Curirica a aí vamos. 

O pontinho verde sumiu e ele nem estava mais online pra eu contestar, preferia me encontrar lá. 
 
   
                             ....🥹....

As horas estão contadas para as bombas que estão por vir.

Sob O Poder Da Máfia - Livro 3 série "Cosa Nostra" Onde histórias criam vida. Descubra agora