XXVII

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Céu Azul

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Céu Azul.
🌴🇧🇷🌊

— Guilherme? Guilherme, cê tá escutando? — a voz de Ryan me puxa de volta pro mundo real, fazendo eu piscar os olhos com força e segurar os fones de ouvido.

— Oi, oi, tô...tô sim — eu concordo, ainda sabendo que minha mente não focava no meu trabalho.

Aquela semana foi péssima, minha cabeça latejava, eu não conseguia nem comer direito e eu já havia passado noites e noites sem dormir. Eu pensava que estava vivendo no modo automático.

— 'Vamo dar uma pausa — ele diz e eu bufo, tiro o fone mas não saio de dentro do estúdio.

Pego a garrafa de água que estava no chão, e logo em seguida me sento no piso forrado. Tinha visto o pessoal levantando e indo andar, afinal já eram quatro horas da tarde e todo mundo tava morrendo de fome e cansados de ficarem tanto tempo enfurnado dentro do estúdio.

Admito que ficar todo esse tempo dentro da gravadora foi culpa minha.

Já era quarta-feira, e até agora eu não tinha feito nada. Todos os dias eu acordava cedo pra trabalhar, mas comecei a voltar mais tarde. Eu não conseguia ficar em casa, ainda mais depois de tudo o que aconteceu no sábado.

Mal conseguia tocar no assunto sem sentir minha cabeça doer.

Minha família havia ido embora no domingo de manhã, e desde então eu venho dormindo na sala, só que dessa vez sozinho, já que meu avô não me fazia mais companhia.

— Brendha, não brinca com essas coisas — Gabriel falou depois que quase voar pro andar de baixo.

— Como você tem coragem de trair meu sobrinho e depois aparecer dizendo que tá grávida? — Paloma pergunta visivelmente alterada, Gabriel devia ter desenvolvido uma personalidade forte por causa dela.

— Se for verdade, como ela tem tanta certeza que não é só amante dela?! — Luana acusa.

— Brendha, você tem certeza disso? — minha mãe perguntou, apesar da voz calma eu sentia firmeza.

— Yoon, Yoon! — Hoseok disse, chamando a atenção de todo mundo quando percebeu que eu havia acordado — Tudo bem, amor? Você 'tá bem? — ele passou a mão pelo meu rosto, fazendo com que eu segurasse sua mão, sentindo a maciez e a quentura de sua palma.

— Que merda aconteceu? — meu ouvido ainda zumbia, e todos falavam ao mesmo tempo e num volume alto demais. Eu não lembrava de muita coisa, só do meu ouvido começar a zumbir e então tudo ficou preto.

— Guilherme, meu filho — minha mãe se ajoelhou ao meu lado, percebi que estava deitado no sofá.

Me sentei com a ajuda de Hoseok e da Dona Maria. Olhei em volta e percebi que ainda estava escuro lá fora, Paloma ainda estava de pijama, mas Clarinha não estava mais dormindo, na verdade estava com um bico enorme na boca e as bochechas molhadas.

Te Pego Quando?Onde histórias criam vida. Descubra agora