XXXV

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A Droga do Amor

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A Droga do Amor.
🌴🇧🇷🌊

Minha casa era uma loucura, pessoas entrando e saindo como se fossem próximas a mim e tivessem total liberdade para circular pelo meu apartamento.

O sol quente entrava pelas janelas e me irritava, me irritava que lá fora estivesse claro quando passei a semana toda rezando para que o tempo se fechasse e uma tempestade caísse lá fora.

Uma barulheira infernal fazia minha enxaqueca atacar e meu sangue ferver, mas eu ainda permanecia ali, parado e quieto, como um maldito boneco.

— Tem certeza que vai pintar o cabelo? — Luccas perguntou, era surpreendente ele estar aqui presente, acho que só queria se certificar que eu não faria nenhuma loucura antes do casamento.

— Tenho, ou até isso o senhor quer controlar? — disse baixo e grave, olhando para um ponto no chão, evitando seus olhos velhos e julgadores enquanto sentia mãos nos fios do meu cabelo.

— Não acho de bom tom você pintar o cabelo com essa cor bem no dia do casamento.

— Hm — foi a única coisa que eu murmurei, não querendo continuar com aquela conversa, meu dia já estava bom o suficiente para que ele melhorasse ainda mais as coisas.

— Rafael, você sabe que eu faço isso pelo seu bem.

Eu sei?

— Você vai ver como esse casamento vai te deixar feliz daqui pra frente.

— Luccas, o que você quer? Tá achando que eu vou fugir? Eu assinei aquele contrato, eu vou cumprir com ele.

— Só queria entender porque vocês crianças são tão ingratas! Eu sempre fiz de tudo por você, pela sua felicidade e é assim que eu sou retribuído, com meu filho saindo em escândalos na mídia e me envergonhado na frente de todos!

— Veio aqui pra ficar jogando o que aconteceu na minha cara? — eu perguntei de um jeito passivo agressivo, ainda sem olhar em seus olhos.

Eu não queria prolongar aquela discussão, queria, verdadeiramente, que o Luccas saísse de dentro da minha casa, que, se possível, nem aparecesse na cerimônia ou na festa, mas eu já estava cansado de ficar calado e deixar com que ele me tratasse do jeito que quisesse. Eu não era mais criança e ele precisava entender isso.

— Até mais tarde, Rafael — ele disse após um longo suspiro, cansado de discutir, me fazendo estranhar a situação já que ele nunca perderia a chance de ter uma boa discussão.

A última semana passou mais rápido do que eu esperava, a cada dia que passava eu sentia aquela maldita agitação interna tomar conta de cada membro do meu corpo. Eu não conseguia comer, não conseguia me concentrar, faltei todos os dias no trabalho, mas agora eu sinto que não deveria ter feito isso, acho que se tivesse feito alguma coisa durante a semana eu ficaria mais calmo e não totalmente desesperado e ansioso como estou agora.

Te Pego Quando?Onde histórias criam vida. Descubra agora