Meu despertador tocou irritantemente ás seis da manhã. Como sempre fazia no primeiro dia de aula. Era coisa da minha cabeça ou ele realmente parecia mais irritante às segundas? A minha animação estava que nem o Polo Norte, abaixo de zero. De novo aquela tortura chamada escola. Não que eu fosse uma aluna desleixada, pelo contrário, tirava muitas notas boas. Um boletim exemplar como minha mãe,toda orgulhosa, costuma dizer. Sinceramente, eu não vejo o porquê de ter sempre notas boas. Eu cresci com isso, com essa cobrança toda, e acho que perdi o significado de ter um boletim acima da média. Para mim, virou uma coisa trivial e corriqueira. Mas não importa o que eu faça, não consigo me livrar desse hábito. Hábito esse que me faz levantar da cama, mesmo sem vontade nenhuma, e pegar uma toalha para tomar banho. Nas férias, ver eu acordada ás seis da manhã é uma coisa muito rara. Bem, se olhar por esse aspecto, ver qualquer adolescente normal acordado à essa hora nas férias é bem raro. Não sou muito diferente. O dia só começa mesmo depois das dez da manhã. Desci logo para tomar um banho, calada como sempre. Todos já sabiam que não era muito aconselhável falar comigo assim que eu acordasse, meu dicionário de palavrões e insultos pode ser muito extenso as seis da matina.
Tomei um banho quente, de dez minutos, e subi para colocar a farda. Eu sei que quando você quer se manter acordada deve tomar um banho frio. Mas eu quero ver você tomar um banho frio aqui com o frio que está fazendo. Desculpa Meio Ambiente, mas hoje eu precisava mesmo desses dez minutos embaixo do chuveiro. Eu tinha odiado a farda no primeiro momento que a vi. Tinha as cores cinza, azul e vermelho. Eu sei tudo muito deprimente. Meu corpo não era tão cheio de curvas como as outras meninas da escola, pelo contrário, eu era bem magrinha então a farda ficava muito esquisita em mim. Passei uns trinta minutos tentando ela ficar de alguma forma apresentável, mas nada me favorecia. O jeito era ficar do jeito que estava. Com um suspiro, terminei de me vestir e desci para tomar café. Subi de novo, peguei minha bolsa, passei perfume e saí para pegar a condução. Minha escola era do outro lado da cidade, e o ônibus passava as sete. Sentei no ponto, colocando meus fones de ouvido para escutar Green Day. Não, não pensem que eu sou como aquelas meninas punks que odiavam tudo e todo mundo. Tá, elas podem não odiar tudo e todo mundo, mas vocês me entenderam. Eu gostava de rock, mas tinha algumas músicas da Colbie Caillat por exemplo. Nesse aspecto, eu consigo até ser bem eclética.
Olhei para o lado e vi o Liam vindo, quase pulando de alegria. Como existe gente que acorda alegre de manhã, e logo no primeiro dia de aula? Atrás dele, estava o Harry, com aquela cara de nada. Liam veio, sentou ao meu lado e começou uma conversa animada. Bem, da parte dele. Me desculpe Liam, mas felicidade logo de manhã não.
- Bom dia, flor do dia! - eu limitei-me a encará-lo com a sobrancelha erguida.
- Menos, Liam. O que tem de bom no dia que voltamos para aquele inferno?
- Pode não ser tão ruim assim, Lê. - ele sorriu para mim
- Liam, essa sua alegria de manhã é incompreensível. - Harry falou, se sentando também.
- Concordo - levantei a mão e bati na de Harry.
Eu tinha conhecido esses dois logo que me mudei para cá. Não, eu não tinha nascido aqui. Meu pai era do Brasil e a minha mãe, uma inglesa nata. Ele veio fazer intercâmbio aqui e os dois acabaram se apaixonando. Terminaram a faculdade aqui e foram para o Brasil, onde se casaram. A família da minha mãe não concordou muito no começo, mas logo se renderam à simpatia do meu pai. Depois de dois anos de casados, eu nasci. Vivemos juntos até eu completar os meus sete anos, até que meus pais resolveram se separar. Eu era muito apegada ao meu pai e sofri muito com a mudança. Mas logo na primeira semana, encontrei Liam e Harry, assim como Louis e Zayn. Oh, o Zayn. A primeira pessoa com quem eu fiz amizade. Ainda me lembro de como no dia que o encontrei, ele também estava se mudando. Ele vinha de Bradford e tinha um sotaque muito carregado. Demorou um bom tempo para que eu pudesse entender claramente o que ele dizia. Meu inglês não era dos melhores, o que dificultou ainda mais a situação. Mas mesmo um não entendendo o que o outro falava direito, nós nos compreendíamos.
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Hey, Its A Secret!
Fanfictionessa fanfic de: VivianeCahill, me chamou muito a atenção e decidi compartilhar com vocês... Boa leitura...