Will para seu carro na frente de sua casa e sai dele, pegando uma caixa com furos, pacotes de fraldas e uma sacola de compras. Ele equilibra tudo enquanto sobe as escadas da varanda, tentando fugir da chuva. Com dificuldade, ele abre a porta da casa, adentra e logo a fecha.
– Oi. – fala Will para Irena, a cuidadora de seu pai. Ele deixa a caixa que carregava junto das fraldas e a sacola de compras em cima de uma pequena mesa que tinha vasos de decoração.
– Oi, que cara horrível. – fala Irena enquanto pega seu casaco que estava pendurado e o coloca.
– Pois é. – diz Will enquanto tenta secar seu rosto molhado pela chuva. – Como ele está? – pergunta Will, referindo-se ao seu pai, que tocava piano no cômodo ao lado.
– Bem, ele tem seus dias bons e ruins. Hoje não foi bom. Se bem que ele andou citando Shakespeare. – fala Irena enquanto anda até a porta, parando no meio do caminho enquanto falava com Will.
– Ah, trouxe bichinhos de estimação. – fala Irena se aproximando da caixa onde estavam César e Luna, que já estava em sua forma humana, deitada ao lado de César enquanto o abraçava.
– São só convidados temporários. – fala Will para Irena enquanto dá uma rápida olhada na caixa.
– Talvez seja bom para ele. – diz Irena, colocando a mão no bolso do casaco. – Boa noite! – despede-se Irena enquanto caminha até a porta e sai da casa.
Will retira o seu casaco molhado e o pendura. Ele anda em passos lentos até a porta do quarto de seu pai, onde o mesmo tentava tocar uma música em seu piano. Abre a porta do quarto e se encosta no batente da porta, observando seu pai apertar as teclas do piano com raiva, fazendo com que um alto barulho se espalhasse pelo quarto.
– Oi, pai. – fala Will e se aproxima de seu pai, que parece não tê-lo ouvido. – Pai? – chama novamente, sentando-se em uma cadeira ao lado do piano e encostando seu braço no grande instrumento.
– Will! – fala Charles, sorrindo para o filho. – Oi. Não ouvi você entrando. – diz Charles, rindo. – Hoje é o grande dia, não é? – pergunta Charles, olhando para o filho, que dá um sorriso esperançoso. – Achou que eu fosse esquecer? – pergunta Charles de forma divertida. – Tem uma prova importante hoje, certo? – pergunta Charles, sorrindo para o filho. – Química, não é? – pergunta Charles, voltando a tocar o piano, enquanto o sorriso de Will se desfaz.
– Pai... – chama Will, olhando para o mais velho. – Quer ver uma coisa? – pergunta, olhando para o pai.
– O quê? – pergunta o mais velho, curioso.
Will se levanta, e ele e seu pai vão até onde estava a mesa com a caixa cheia de buracos em cima. Will abre a caixa, revelando a pequena bebê humana dormindo enquanto abraçava o filhote de macaco, que estava de olhos fechados, se remexendo todo. Charles fica surpreso, mas logo passa o dedo pelo cabelo de Luna e depois o leva até a marca de nascença de César.
– O que é isso? Ele está machucado? – pergunta, referindo-se à marca de César, que segura o dedo do homem e abre seus olhos, revelando suas íris verdes.
– Não, eu acho que é uma marca de nascença. – fala Will, indo até a cozinha e tirando latas de dentro da sacola de compras.
– “Mas quanto a César... ajoelhe-se, ajoelhe-se e maravilhe-se.” – fala Charles, pegando o filhote de macaco nas mãos.
– Pai, não se apegue muito. – fala Will enquanto colocava as latas na geladeira.
– Eles são bem fofinhos, não é? – pergunta Charles, acertando de leve a bochecha de Luna.
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Will dormia em seu quarto quando é acordado por choros agudos. Ele pega o filhote de chimpanzé e a bebê e vai até o banheiro, ligando a torneira, o chuveiro e a banheira. Logo, ele fecha a porta e as janelas, fazendo o banheiro ficar cheio de fumaça. Ele segura o filhote em um braço e a bebê no outro, enquanto se senta na privada e os balança, tentando acalmá-los. Ele suspira e logo olha para a bebê, que já dormia calma, e para o filhote, que o olhava com seus olhos verdes, logo encostando a cabeça no peitoral de Will, que sorri.
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Já era manhã. Will estava na cozinha, botando César e Luna em cadeirinhas de bebê na ponta da mesa quando Charles entra.
– Onde está a chave do meu carro? – pergunta o mais velho enquanto procurava em seus bolsos. – A chave do carro! Onde colocou? – pergunta o mais velho, olhando para Will.
– Pai, você não dirige mais. – fala Will de forma calma.
– Eu sei disso. – fala Charles, olhando ao redor.
– Escute... Por que não dá a mamadeira para um deles? – pergunta Will, esticando uma mamadeira para o mais velho, enquanto a outra ainda estava em cima da mesa. – Pode fazer isso? – pergunta, olhando para o pai.
– Claro que posso. – fala o mais velho, se aproximando e pegando a mamadeira da mão do filho, aproximando-a de César, que a pega com as mãos e começa a se alimentar sozinho. Luna observa o filhote por um tempo antes de imitá-lo, pegando a outra mamadeira que estava em cima da mesa e a levando à boca.
Charles apoia as mãos na mesa e observa a cena com a testa franzida.
– Will, olha só. – fala, virando-se para onde estava o filho. Will chega perto, também franzindo a testa enquanto observava a cena. – Quanto tempo eles têm? Um dia? Dois? – pergunta, ainda olhando para César e Luna, surpreso.
– É... – fala Will, ainda observando a cena.
– Nossa, eles são espertos, não é? - pergunta Charles, indo até o lado de Luna. – Qual vai ser o nome deles? - Pergunta, colocando uma mão na cabeça de César e a outra na de Luna.
– Não sei. - fala Will, dando um micro sorriso.
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The Neighbourhood - Sweater Weather "Um amor, duas bocas. Um amor, uma casa."
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PLANETA DOS MACACOS: A ORIGEM
Science FictionCésar é um chimpanzé criado em um laboratório de pesquisa genética, onde conhece Luna, uma humana com a extraordinária habilidade de se transformar em chimpanzé. Ambos são produtos de experimentos científicos conduzidos pelo brilhante cientista Will...