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Era de tarde. Will havia ido trabalhar na empresa. Charles estava em seu quarto tocando piano. Luna e César estavam em seu próprio quarto. César olhava pela janela as pessoas passando na rua, e Luna lia um livro deitada na cama de casal. A menina fecha o livro e o coloca no chão, ao lado da cama. Ela se senta na cama e olha na direção de César.

- Ei, vem cá - chama Luna, olhando para César.

César se vira para Luna e vai na direção dela, sentando-se ao lado dela.

- Você está pensativo. O que tanto te incomoda? - pergunta Luna, segurando a mão de César.

- Não é nada demais. Não precisa se preocupar - responde César em libras.

- Você sabe que não consegue mentir para mim, não sabe? - pergunta ela, olhando para ele.

César apenas concorda com a cabeça.

- Mas se não quer dizer, tá tudo bem - fala Luna, sorrindo. Ela se levanta, ficando de frente para César, senta-se no colo dele e o abraça.

Luna encosta a cabeça no peito de César, ouvindo seu coração bater rápido. César também a abraça e encosta a cabeça na dela.

- César... você já pensou em ter uma família? - pergunta Luna, afastando-se para ver a resposta dele.

- Eu já tenho uma família. Charles, Will, Caroline e você - responde César em libras, com um olhar confuso pela pergunta.

- Eu quero dizer... ter uma esposa e filhos - fala Luna, um pouco envergonhada por tocar no assunto.

- Nunca pensei nisso - responde César com sinceridade. - Você já pensou nisso? - pergunta para Luna, que o olha surpresa e com os olhos arregalados.

- Sim! Eu já pensei! Mas não vai acontecer! Nenhum humano iria querer ficar comigo. Sabe... sou uma mutante - fala Luna, dando uma risadinha.

- Humanos burros - diz César em libras, soltando uma risadinha, fazendo com que Luna também ria.

- Ah! - exclama Luna, após lembrar de algo. - César, não vou poder me transformar por alguns dias. Espero que não se importe - fala Luna, olhando para César, que parecia confuso com a informação.

- Por que não pode se transformar? Está doente? - pergunta César, preocupado.

- Não é bem isso... - fala Luna, ficando vermelha de vergonha.

- Então o que é? - pergunta César, insistindo. Ao ver que Luna está com vergonha, ele olha nos olhos dela e põe as mãos nos ombros dela. - Pode me falar.

- Minha chimpanzé... - Luna começa a falar, mas tapa o rosto com vergonha. - Isso é muito vergonhoso! - fala Luna, nervosa.

Ela suspira, tira as mãos do rosto e finalmente fala:

- Minha chimpanzé está no cio. Por isso, não vou me transformar até ela voltar ao normal.

César parece processar a informação antes de começar a gargalhar, segurando a barriga.

- Estava com vergonha de me dizer que está no cio? - pergunta ele em libras, ainda rindo.

- É muito vergonhoso. E você só está rindo porque machos não ficam no cio! - fala Luna, cheia de vergonha, enquanto se deitava na cama e escondia o rosto no travesseiro.

- Isso é verdade - fala César em libras, ficando pensativo. - É a primeira vez que você fica no cio e eu não posso ficar. Nunca vi outros de nós nessa época. Como será o comportamento deles? - César pergunta, pensativo.

- Eu também não sei. Nunca vi! - fala Luna, tirando a cara do travesseiro e ficando pensativa. - Vou pegar o notebook do Will e a gente procura na internet - fala Luna, se levantando da cama e correndo até a porta do sótão, abrindo-a e descendo as escadas.

Um tempo depois, ela volta com o notebook do Will, senta na cama, abre o notebook e o liga. César se senta ao lado dela, curioso. Ela entra no YouTube, vai na aba de pesquisa, escreve "chimpanzés no cio" e clica em "enter", esperando enquanto o vídeo carrega. O vídeo começa e, com cinco minutos, Luna fecha o notebook rapidamente.

- Não vou me transformar!!! - fala Luna, constrangida.

- Boa ideia - concorda César, chocado.

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Mais tarde, depois do jantar, Luna e César já estavam se preparando para dormir. Luna estava deitada na cama e César havia acabado de apagar a luz. Ele se deita na cama de casal também. Luna se aproxima dele e o abraça, dando um selinho nele antes de fechar os olhos e dormir.

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Durante a madrugada, Luna acorda com a respiração rápida e toda suada. Ela sentia seu corpo quente e sua cabeça latejando. Ela olha para o lado e vê que César ainda está dormindo, então sai da cama devagar para não acordá-lo e vai até a janela, encostando-se nela e fechando os olhos enquanto se abraça com as mãos. Ela sente uma mão em sua cintura e, quando abre os olhos, vê César em pé na sua frente.

- Desculpe, te acordei, não foi? - pergunta Luna, olhando para César.

Ele tira a mão da cintura para respondê-la.

- Não, não se preocupe com isso. Você está bem? - pergunta César, preocupado.

- Acho que os efeitos do cio não aparecem só quando estou transformada... Só é menos aparente quando estou humana - explica Luna.

- Entendi... - fala César, olhando para o peito dela, que subia e descia rápido pela respiração acelerada da menina.

Ele se aproxima dela e coloca a mão no rosto de Luna, fazendo-a olhá-lo. Ele usa a outra mão para tirar o cabelo do rosto dela e, então, a beija. Luna fica surpresa, mas corresponde ao beijo. E antes que possa perceber, ela pula, enlaçando as pernas na cintura de César, que vai andando de volta até a cama de casal com a menina no colo. Ele a deita na cama e começa a olhá-la de cima, como se perguntasse se ela tinha certeza. Luna apenas concorda e, então, eles voltam a se beijar. O amor exalando pelo quarto. Em alguns momentos, Luna se transformava e voltava à forma humana sem controle sobre sua mutação.

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Na manhã seguinte, Luna acorda na cama coberta pelo edredom. Seus cabelos pretos espalhados pela cama. Seus olhos passam pelo quarto, tentando se acostumar com a claridade. Então, ela para os olhos na janela, onde estava César, que já a olhava com um olhar amoroso. Ela sorri para ele, que retribui o sorriso.

- Bom dia! - fala Luna, olhando para o chimpanzé.

- Bom dia! Como você está? Está com dor? Eu... te machuquei? - pergunta César em libras, preocupado.

- Eu estou bem! Não precisa se preocupar, não sinto dor - fala Luna, sorrindo, enquanto se levanta da cama, se cobrindo com o edredom.

César analisava cada parte dela atentamente enquanto ela andava lentamente até ele.

- César... eu estou bem! - fala Luna com voz firme e certa, enquanto leva uma de suas mãos até a bochecha do chimpanzé. A outra mão segura firmemente o lençol que cobria seu corpo para que ele não caísse. César suspira e concorda.

- Vou tomar um banho - fala Luna, antes de dar um selinho nele. Ela vai até o guarda-roupa que eles compartilhavam, pega uma muda de roupas e vai em direção ao banheiro que tem no quarto.

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halsey e G-eazy - him & i "Eu sou dele e ele é meu. No final somos eu e ele..."

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